sexta-feira, 30 de novembro de 2012

The Prestige (O grande truque)

Christopher Nolan está cada vez mais consolidado como um dos grandes diretores dos últimos tempos. Naturalmente seus trabalhos mais famosos são os da franquia Batman, mas não são os seus melhores. Também é o responsável mor por obras excelentes como Memento, Inception e, naturalmente, The Prestige.

Sobre o roteiro: Pessoalmente, já me sinto naturalmente atraído pelo tema "ilusionismo". O que temos aqui é uma rivalidade entre dois antigos colegas de profissão, que vivem em função de superar um ao outro, depois de uma tragédia ocorrida, de responsabilidade de um deles, cria a inimizade. São os melhores mágicos de seu tempo, sempre em busca de novos e mais impressionantes números, e de como sabotar e prejudicar seus rivais. O filme ainda me chama mais a atenção por envolver uma das mais relevantes personalidades do universo científico, Nikola Tesla (bem carregado de licença poética, diga-se), interpretado pelo eterno camaleão David Bowie.

Achei muito legal a maioria dos truques apresentados, assim como a forma de desmascará-los. A forma como os espetáculos são montados, seus bastidores, e afins, foram particularmente fascinantes para mim, mas estes são apenas elementos secundários para desenrolar uma brilhante trama repleta de "reviravoltas" (na falta de um termo melhor), surpresas e revelações. E não custa citar que o filme se pauta pela eterna vingança de ambos, que nunca parecem estar "quites". E vinganças, a despeito do que pense Seu Madruga, quase sempre dá ótimas histórias.

O que este filme tem de especial? Ilusionismo é sempre uma coisa especial. É impossível ver este filme e não se lembrar do também excelente The Illusionist, que compartilha atmosfera muito parecida. Além disso, temos efeitos especiais que amparam o espetáculo de forma muito convincente e com muita qualidade, especialmente no que se refere aos experimentos (muito exagerados, para melhor servirem ao roteiro) de Tesla. Atuações brilhantes de Christian Bale e Hugh Jackman, que simplesmente nem de longe lembram seus personagens mais famosos e badalados (Batman e Wolverine, respectivamente). Também se vale de um elemento muito apreciado por este que vos escreve: Descontinuidade cronológica. A história se alterna o tempo todo entre passado, presente e futuro. E mais uma coisa interessante: Não temos nem mocinho nem bandido. Nunca se sabe para quem "torcer".

Mas é mais um daqueles filmes que realmente nos prendem pelo roteiro, coerente, bem montado, interessante, envolvente e surpreendente. Daqueles pra assistir e conversar sobre o filme depois do fim.

Quando e com quem assistir a este filme? Apesar de muita mágica, não é um filme que se possa recomendar para crianças, por ter uma ou outra cena forte demais. Fora isso, não me lembro de outras possíveis contra-indicações. Ah, aqueles chatos que gostam de filmes com ação o tempo todo e que tem dificuldades para entender um roteiro complexo, e ficam perguntando tudo o tempo todo também estão fora do público-alvo desta obra. Ou seja, é um filme que requer alguma atenção nos detalhes para ser melhor apreciado.

Ficha técnica

Elenco: Hugh Jackman - Robert Angier
Christian Bale - Alfred Borden
Michael Caine - John Cutter
Rebecca Hall - Sarah Borden
Scarlett Johansson - Olivia Wescombe
David Bowie - Nikola Tesla
Andy Serkis - Sr. Alley
Direção: Christopher Nolan
Produção: Christopher Nolan, Emma Thomas & Aaron Ryder
Roteiro: Jonathan Nolan & Christopher Nolan, baseado no livro de Christopher Priest
Trilha Sonora: David Julyan
2006 - EUA - 130 minutos - Drama / Suspense