segunda-feira, 22 de setembro de 2014

In time (O preço do amanhã)

Aquela sensação quase unânime: O filme tinha tudo pra ser excelente, mas não é. E isso é uma pena.

Sobre o roteiro: Uma premissa intrigante, com grande potencial: Um futuro próximo onde os seres humanos não morrem mais de causas naturais. Para não haver superpopulação, todo mundo vive até os 25 anos, e então, param de envelhecer, mas só tem mais um ano de vida, contado num relógio em contagem regressiva. Quem quiser viver mais que isso, tem que 'pagar'. O tempo é a moeda desta sociedade distópica, numa metáfora que é o ponto forte do que poderia ser um filmaço. Como não poderia deixar de ser, existem ricaços, que tem todo o tempo do mundo, e existem miseráveis, nos guetos, que tem pouquíssimo tempo pra viver, e se viram como podem pra conseguir ver o próximo nascer-do-sol. Um dia, aparece um rico no gueto, com tendências auto-destrutivas, e passa todo o seu um século de tempo para o protagonista, que passa a ter a responsabilidade de fazer bom uso dele, e começa uma aventura para conhecer as origens do problema, desmascarar o sistema, e tentar levar justiça e equilíbrio social, como um revolucionário fora-da-lei. Enquanto isso, se desenrola um romancezinho clichê com a filha do 'vilão', uma saga paralela de uma pequena quadrilha que vive de roubar o tempo dos outros, e dos guardiões do tempo, a versão da polícia no roteiro, especialmente um deles, obcecado por fazer cumprir a lei, fazendo o típico investigador implacável e inexorável.

O que este filme tem de especial? Tem uma premissa que dava pra fazer muita coisa. Muita coisa mesmo. De fato, essa premissa daria um seriado longevo. Mas dá um filme meia-boca, Elenco fraco (com exceção de Olivia Wilde, mas sua personagem tem pouco tempo de atuação, nos dois sentidos), roteiro ruim, cheio de furos bobos e facilmente sanáveis, personagens mal construídos, clichês atrás de clichês, fragmentos mal costurados, e mesmo os efeitos especiais mandam mal, especialmente na trágica cena em que o conversível cai da ponte, e os ocupantes saem apenas chamuscados e atordoados. No entanto, ainda assim o filme vale a pena por, mesmo conduzindo muito mal, rende uma discussão interessante. Muito interessante. O bastante pra justificar assistir ao longa.

Quando e com quem assistir a este filme? O filme é fácil, infelizmente. Podia ser mais complexo, e ser muito mais interessante, mas foi feito para ser um filme de ação, não um filme para pensar. Então dá pra ver com qualquer um com baixas expectativas. Sem palavrões, sem sexo, sem violência exagerada, um típico filme feito para ser blockbuster.

Ficha técnica

Elenco: Justin Timberlake - Will Salas
Amanda Seyfried - Sylvia Weis
Cillian Murphy - Raymond Leo
Olivia Wilde - Rachel Salas
Vincent Kartheiser - Phillip Weis
Direção: Andrew Niccol
Produção: Andrew Niccol, Marc Abraham, Amy Israel & Eric Newman
Roteiro: Andrew Niccol
Trilha sonora: Craig Armstrong
2011 - EUA - 109 minutos - Ação / Ficção científica