quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

True Grit (Bravura Indômita) (2010)

Cada dia mais eu acho que vou gostar muito de filmes do gênero Western, porque ainda não me lembro de ter visto nenhum filme do gênero do qual eu me arrependa. Foram pouquíssimos, mas todos muito bons. Confesso não ter muita paciência para o ritmo dos Western Spagghetti's, mas as refilmagens e filmes apenas baseados no estilo de época, mas com a cara Hollywoodiana, costumam me agradar muito, como foi o caso de 3:10 to Yuma, No country for old man, Winter's Bone, e True Grit.

Sobre o roteiro: Uma garota de 14 anos, bem "durona", aparece na cidade querendo contratar um caçador de recompensas que tope caçar o assassino do pai dela. Não encontra Han Solo, e se contenta com Rooster Cogburn, o mais impiedoso disponível. Mas ela não é a única na captura do bandido. Há também um inexperiente, mas obstinado Texas Ranger nessa busca há vários meses, e que também quer capturá-lo. Como é característico do gênero, a premissa pouco importa, legal é a caçada, e o texto.

O que este filme tem de especial? O roteiro é até bom, mas não é o mais legal. Apesar de não ter levado nenhuma estatueta, este filme, uma readaptação do original de 1969, estrelado por John Wayne, recebeu 10 indicações para o Oscar. As atuações, de modo geral, são muito boas, merecendo destaque mesmo contando com um elenco já qualificado. Aquele resto todo de cenário, figurino, maquiagem, fotografia, e etc, também é muito bom, mas nada rouba a cena particularmente, tudo está bom por igual. O que realmente chama a atenção são algumas cenas do filme. Assim como em Inglourious Basterds, algumas cenas ficarão na memória pela tensão e direcionamento que as coisas tomam. Difícil explicar.
Ah, e na trilha sonora, mais um bom trabalho de Carter Burwell.

Quando e com quem assistir a este filme? Os irmãos Coen são conhecidos por várias características comuns em seus filmes. Uma delas é a violência acentuada. Não chegam a serem exagerados como Tarantino ou Robert Rodriguez, mas ainda assim, uma ênfase acima do padrão nas cenas mais sanguinárias. Cabe o alerta pra quem não gosta. Fora isso, uma narrativa simples que não exige muito compromisso, mas é uma obra que merece atenção.

Ficha técnica

Elenco: Jeff Bridges - "Rooster" Cogburn
Hailee Steinfeld - Mattie Ross
Matt Damon - Texas Ranger LaBoeuf
Josh Brolin - Tom Chaney
Barry Pepper - "Lucky" Ned Pepper
Direção: Joel Coen & Ethan Coen
Produção: Joel Coen, Ethan Coen, Scott Rudin & Steven Spielberg
Roteiro: Joel & Ethan Coen, adaptados da obra de Charles Portis
Trilha Sonora: Carter Burwell
2010 - EUA - 110 minutos - Western

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Blindness (Ensaio sobre a cegueira)

Finalmente um filme baseado em um livro - que eu li o livro. Diga-se, o melhor livro que já li até hoje.Não vou ficar dizendo o quanto considero José Saramago um dos mais brilhantes pensadores da história recente, mas tentarei focar só no filme, embora vez ou outra caibam algumas comparações entre ambas obras.

Sobre o roteiro: A adaptação foi ótima. quase tudo que tem no livro está no filme, e vice-versa. Fica apenas uma pequena ressalva: O livro tem um aspecto mais escatológico em alguns momentos, que na obra de Fernando Meirelles foram suavizados, para melhor se adequarem ao público, e, possivelmente, as classificações etárias. Não que seja ruim fazer isso, achei louvável. Por exemplo, ler sobre um piso todo sujo de dejetos humanos já nos dá uma sensação ruim, mas não precisamos literalmente visualizar isso para imaginar o que se passa. Mas voltando ao roteiro, a história é basicamente o seguinte: Surge uma epidemia de cegueira, contagiosa, que ninguém descobriu como surgiu. O governo decide colocar os novos cegos em quarentena. Neste isolamento, os personagens voltam a se comportar de forma primitiva, e a história começa a explorar várias e interessantíssimas faces do comportamento humano, e como este funciona colocado frente ao absurdo. Reflexões filosóficas é o que não faltam.

O que este filme tem de especial? Definitivamente, o roteiro. É um daqueles filmes perturbadores que nos deixam semanas pensando sobre ele, e suas idéias levantadas. Não é um roteiro conclusivo, o espectador é quem tira suas próprias conclusões sobre o que a obra mostra e aborda. Uma característica interessantíssima comum ao filme e ao livro, é que o nome de nenhum personagem é citado. As pessoas são conhecidas simplesmente pelas suas características, que são o que de fato têm importância para eles mesmos. Mas enfim, é difícil atribuir méritos ao filme, e não ao livro, porém, cabe aqui o mérito as grandes atuações, de todo o elenco, destes difíceis personagens. E definitivamente, é uma produção que realmente está à altura da obra original. O próprio autor do livro que sempre se recusou a permitir adaptações cinematográficas de seus livros, chorou na exibição no cinema, dizendo que o filme mostra exatamente o que ele queria mostrar com seu texto.

Quando e com quem assistir a este filme? É um filme muito pesado e perturbador, logo, digo que não é exatamente um filme de família, e não é para todos os gostos, embora eu o considere imperdível, e um dos meus favoritos. Assista com tempo e atenção, para poder pegar as idéias.

Ficha técnica

Elenco: Julianne Moore - Mulher do médico
Mark Ruffalo - Médico
Danny Glover - Homem de tapa-olho
Gael García Bernal - Rei da ala 3
Maury Chaykin - Contador
Alice Braga - Mulher de óculos escuros
Don McKellar - Ladrão
Mitchell Nye - Menino
Direção: Fernando Meirelles
Produção: Niv Fichman, Andrea Barata Ribeiro & Sonoko Sakai
Roteiro: Don McKellar, baseado na obra de José Saramago
Trilha sonora: Marco Antônio Guimarães
2008 - Brasil / Canadá / Japão - 121 minutos - Drama