quinta-feira, 24 de março de 2011

Being John Malkovich (Quero ser John Malkovich)

TOP. Mais um daqueles filmes que definitivamente merecem ser chamados de originais. Vi o filme no último fim de semana, e ainda estou viajando um pouco na idéia do filme. As atuações são brilhantes, e os personagens criados são muito bem construídos.

Sobre o Roteiro: Estamos falando de um dos filmes mais criativos que já assisti. Abusando de elementos surrealistas e oníricos, o filme aborda uma questão filosófica muito antiga: Como é ver o mundo através dos olhos de outra pessoa? Essa perspectiva é permitida aqueles que adentrarem aquela estranha portinha do 7,5º andar. E como seria viver a vida de outra pessoa? Craig Schwartz (John Cusack, irreconhecível) pode experimentar isso também. A história é cheia de elementos absurdos e inusitados, como a recepcionista que não entende nada que dizem a ela, o próprio 7,5º andar e a sua concepção, a paixão de Craig e Lotte (Cameron Diaz, ainda mais irreconhecível) por Maxine (Catherine Keener), entre várias outras bizarrices. Nos leva a muitas reflexões filosóficas e morais. O filme é TOP. Imperdível.

O que esse filme tem de especial? Tudo o que eu já disse, além de um primoroso trabalho na direção, com tomadas incomuns, quebra de muitos clichês, atuações impecáveis de todo o elenco, e... sei lá, um dos mais criativos roteiros já filmados.

Quando e com quem ver esse filme? Quando estiver querendo ver um filme mais ambicioso, que te leve a muito mais do que puro entretenimento. E com quem esteja disposto a fazer o mesmo. Não o recomendo para assistir de casalzinho, como um romance... é um filme relativamente difícil, pra ver com calma e atenção. Nunca o assista com pessoas fãs de Jet Li, nem de Crepúsculo, e nem de Legalmente Loira. Eles simplesmente não entenderão o filme e sairão entediados.

Ficha técnica:

Elenco: John Cusack - Craig Schwartz
Cameron Diaz - Lotte Schwartz
Catherine Keener - Maxine
John Malkovich - John Malkovich
Direção: Spike Jonze
Produção: Steve Golin, Vincent Landay, Sandy Stern & Michael Stipe
Roteiro: Charlie Kaufman
Trilha Sonora: Carter Burwell
1999 - EUA - Comédia/Drama

A Christmas Carol (Os Fantasmas de Scrooge)

Mais uma vez, o critério para falar deste filme é simples: Foi o último que assisti. Possivelmente, esse será meu principal critério.

Todo mundo já ouviu falar da história. Essa é só a 8762836ª versão,  e tem seus pontos fortes, mas... preciso dizer que eu esperava mais. Não que seja um filme pretensioso, que me permitisse esperar mais. Mas o elenco, a direção, e a grana do filme acabaram gerando mais expectativa do que deveria.

Sobre o roteiro: O velho livro do Charles Dickens, onde o velho e ranzinza Ebenezer Scrooge é um mão-de-vaca sem coração que maltrata a todos a seu redor, explora seus funcionários, e particularmente detesta o Natal. Então, um dia recebe a visita do fantasma de seu falecido sócio, que lhe avisa das 3 visitas que receberá: Um fantasma do passado, um do presente e um do futuro. O primeiro lhe mostra como foi seu passado, o próximo lhe mostra como é seu presente, como as pessoas lhe vêem, e quais são as consequências das suas atitudes. O  último lhe aterroriza com o que o futuro lhe reserva, se continuar a agir desta forma. Depois disso, o muquirana sofre uma completa mudança de atitudes e de personalidade, se tornando uma pessoa muito melhor do que era. E o filme não muda esse roteiro ultra-conhecido. Ponto positivo, penso eu.

O que esse filme tem de especial? Já assistiram "A lenda de Beowulf"? Este filme usou o mesmo recurso: Computação gráfica sobre atores reais. Nesse aspecto, o filme realmente é um sucesso. A parte gráfica é impecável. O grande porém é que esse recurso limitou muito a interpretação do poderoso elenco, com Jim Carey, Gary Oldman, Collin Firth e Bob Hoskins, entre outros. Além do que eu pessoalmente sempre boto uma pilha a mais quando vejo o nome de Robert Zemeckis num filme, pois sou fãzaço desse diretor. Ah, a trilha sonora do Alan Silvestri também é digna de nota (e também sou fã desse cara). Tão importante quanto um personagem.


Quando e com quem ver esse filme? Tem hora não. Veja quando quiser, não vai exigir muito de sua atenção. Dá pra ver com crianças, namorada, família, cachorro, papagaio, a turma toda. Mas aviso que não vão tirar muito mais do que entretenimento e uma lição que todo mundo já conhece.


Ficha técnica:


Elenco: Jim Carey - Ebenezer Scrooge, e vários outros personagens;
Gary Oldman - Bob Cratchit
Colin Firth - Fred
Robin Wright Penn - Belle
Bob Hoskins - Fezziwig
Direção: Robert Zemeckis
Produção: Jack Rapke, Steve Starkey & Robert Zemeckis
Roteiro: Charles Dickens (autor do livro)
Trilha Sonora: Alan Silvestri
2009 - EUA - 96 minutos - Drama

quarta-feira, 23 de março de 2011

Requiem for a Dream (Réquiem para um sonho)

Bom, lá vou eu com meu post inicial, depois de ter criado esse blog a um tempasso, e ter esquecido que o criei. Escolhi esse filme para a estréia pelo simples fato de que foi o último filme que vi.

Sobre o roteiro: O filme é um soco na cara. Aborda o problema das drogas de uma maneira que foge um pouco do clichê. É comum vermos nesse tipo de história, como as pessoas chegam ao fundo do poço antes de conseguirem sair dessa. Mas aqui, vemos que nem sempre dá pra simplesmente sair dessa sem maiores consequências, como alguns filmes sugerem. "Sair fora" é uma exceção, e deveria ser tratado como tal, e parece que alguns roteiristas esquecem disso. Outra coisa interessantíssima e original do filme, é que sempre vemos jovens inconsequentes como personagens. Bom... eles estão aqui também, mas ter uma personagem como Sara Goldfarb, uma senhora idosa, mãe de um viciado, que quer emagrecer a qualquer custo pelo fútil e inútil motivo de supostamente poder participar do seu programa de TV favorito com seu vestido predileto, se viciando (inicialmente sem saber) em anfetaminas, podemos dizer que isso não se vê todo dia nos filmes. Isso acaba passando a impressão de que somente jovens irresponsáveis se drogam, e que todo drogado está nessa porque quer. E ver que fim levou cada personagem nos dá muito o que pensar.

O que esse filme tem de especial? Pra quem gosta de cinema como arte, e não somente como entretenimento, o filme é um prato cheio. Provavelmente eu serei muito superficial ao falar disso, mas realmente não tenho know-how pra isso. Mas a narrativa do filme, o corte do diretor, a forma como foi filmado e editado, são definitivamente muito diferentes de... tudo que eu já vi. Nesse sentido, o filme é muito singular e destacado.

Quando e com quem ver esse filme? Definitivamente, não na hora do almoço. O filme tem cenas fortes e pesadas, e demanda muita concentração. Dá pra ver com a namorada? Bom... se ela não for muito fresca, é uma realidade que nos rodeia e acho que é válido que todos tomem conhecimento dela, mas corre-se o risco de sua namorada achar que você escolheu um filme de mau-gosto. Dá pra assistir em família? Se sua família tiver a mente aberta, sim. Caso contrário, recomendo deixar pra ver depois. Mas não deixem de ver.

Ficha técnica:

Elenco: Jared Leto - Harry Goldfarb
Jeniffer Connelly - Marion Silver
Ellen Burstyn - Sara Goldfarb
Marlon Wayans - Tyrone Love
Direção: Darren Aronofsky
Produção: Eric Watson & Palmer West
Roteiro: Hubert Selby Jr.
Trilha Sonora: Clint Mansell
2000 - EUA - 101 minutos - Drama
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Bom... com o tempo eu vou pegando a prática, e espero que saiam textos melhores. Até lá, vamos vendo o que sai aqui...