sábado, 6 de abril de 2013

50/50

Despretensiosamente sentado, de boa na lagoa, começa a passar este filme na televisão, e eu começo a assistir. O bom elenco e o bom início me chamaram a atenção, e, tava atoa mesmo, terminei de ver. Grata surpresa.

Sobre o roteiro: Um cara descobre que tem um raro tipo de câncer, cujas chances de recuperação são de 50%, o que dá o título do filme. Seu melhor amigo, sua mãe e sua terapeuta tentam garantir o bem-estar dele, diante de tamanha adversidade. Mas apesar da gravidade do tema, o filme é, na medida do possível, uma comédia. Quer dizer, uma comédia dramática, por assim dizer. A obra é uma viagem pela revolução que esta notícia causa nas pessoas, e as coloca numa metafórica montanha-russa de sentimentos e comportamentos.

O que este filme tem de especial? Acho que o primeiro mérito do filme é tocar num tema muito delicado, e fazer uma comédia em cima disso. Existem vários e vários bons filmes com um tema muito parecido, mas sempre focando no drama e na tragédia pessoal que essa lamentável doença causa, e fazer o público dar risada dessa situação é um grande desafio. E, embora não seja um filme pra dar gargalhadas escandalosas, consegue divertir o espectador. Vejo nisso um grande serviço prestado a eventuais espectadores portadores de tal enfermidade, que podem se identificar com as situações representadas neste roteiro.

O bom elenco, com excelentes atuações (especialmente se considerarmos que é um filme despretensioso, sem o foco de um blockbuster), é outro grande destaque. Particularmente, a atuação do protagonista Joseph Gordon-Levitt e de Anna Kendrick, se destacam ainda mais. Mais méritos para a segunda, na minha opinião, pois o personagem de Gordon-Levitt já favorece uma boa atuação. O dela não, e ela o torna mais interessante do que se esperaria. Seth Rogen, que também produziu o filme, tem mais uma atuação que me lembra muito todas as suas outras atuações que já assisti.

Fora isso, elementos técnicos que não saltam aos olhos. Em geral, filmes do gênero são focados muito mais nas atuações e no roteiro, deixando a "moldura" mais simples. E não estamos diante de uma exceção.

Quando e com quem assistir a este filme? Pode ser uma boa assistir ou recomendar este filme para pessoas que tem parentes, ou mesmo são pessoas com este diagnóstico. Porém, um amigo cego me disse uma vez, anos atrás, que muitos cegos não gostam do Geraldo Magella (o popular "ceguinho") porque ele passa a impressão de que todo cego é bem-humorado, quando a realidade é bem diferente. Vários deficientes visuais são muito deprimidos e amargos por suas condições. E talvez caiba um paralelo neste caso. Aliado a isso, tem sempre a turma do "politicamente correto" que acha que tem temas dos quais não se deve fazer piada. Mas fora estas observações (e também uma ou outra cena onde pode-se interpretar uma apologia à maconha), é um filme de tema pesado, mas com cenas leves.

Ficha técnica

Elenco: Joseph Gordon-Levitt - Adam
Seth Rogen - Kyle
Anna Kendrick - Katherine
Bryce Dallas Howard - Rachel
Anjelica Houston - Diane
Philip Baker Hall - Alan
Direção: Jonathan Levine
Produção: Seth Rogen
Roteiro: Will Reiser
Trilha sonora: Michael Giacchino
2011 - EUA - 100 minutos - Comédia / Drama

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