segunda-feira, 9 de junho de 2014

Tremors (O ataque dos vermes malditos)

Mais um filme que o título em português é uma pérola, mas deixa pra lá.

Sobre o roteiro: Clássico filme de terror e comédia, o infame "terrir". Roteiro besta, legal mesmo é o desenrolar das coisas. Uma pacata cidade essencialmente caipira dos EUA começa a registrar tremores de terra inexplicados. E algumas bizarrices começam a acontecer, até que se descobre a causa: Criaturas colossalmente gigantescas que vivem no subsolo e estão famintas. Daí pra frente não tem muito o que dizer sobre o roteiro. Se fosse um filme pra ser levado à sério, eu provavelmente pararia por aí (como eu deveria ter feito com Splice), mas aqui o toque de comédia, e a intenção de conduzir o filme como uma aventura, e não um suspense clássico dão mais credibilidade, e a licença poética permite apreciá-lo adequadamente. E o resultado disso é muito bom.

O que este filme tem de especial? Coragem. Traz um roteiro sem nenhum potencial, com péssimas perspectivas, e ainda assim trunfa como um filme que já atingiu o status de Cult e de clássico. É um filme tosco, que não quer disfarçar isso. Veste a camisa da proposta, e acontece. Como Grindhouse. E é um entretenimento divertidíssimo. Recheado de elementos gore, o que pessoalmente não sou fã, mas é indispensável para a narrativa. É um daqueles filmes que a gente assiste, e se pergunta "porquê estou assistindo isso?", mas gosta.

Quando e com quem assistir a este filme? Não me lembro de nenhuma única cena de sexo no filme, mas vermes gigantes explodindo e devorando pessoas pode não ser algo que todos apreciem. E isso o filme tem demais. Não creio que deixará ninguém sem sono, porque a abordagem é muito mais cômica do que dramática.

Ficha técnica

Elenco: Kevin Bacon - Val McKee
Fred Ward - Earl Bassett
Finn Carter - Rhonda LeBeck
Michael Gross - Burt Gummer
Reba McEntire - Heather Gummer
Robert Jayne - Melvin
Direção: Ron Underwood
Produção: Gale Anne Hurd
Roteiro: S. S. Wilson, Brent Maddock & Ron Underwood
Trilha sonora: Ernest Troost & Robert Folk
1990 - EUA - 96 minutos - Terror / Comédia

Jesus Christ Superstar (Jesus Cristo Superstar) (1973)

Saber que o filme é um musical é um motivo pra que eu automaticamente o coloque bem embaixo na lista de prioridades de filmes à assistir. Jesus Christ Superstar é o filme que mudou isso. E me arrependo de ter demorado tantos anos pra tê-lo visto.


Sobre o roteiro: Spoiler: Jesus morre. Enfim, acho que não tem lá muita surpresa no roteiro, é aquilo que todo mundo já conhece. Porém há sim um ponto muito positivo a ser destacado no roteiro. Acho que mais de um.


A trama se passa entre a chegada de Jesus do deserto e sua crucificação. Se concentra em dois personagens principais: Jesus, como não poderia deixar de ser, e Judas Iscariotes. E isso faz o primeiro diferencial. Temos um Judas que não é um simples traidor, que entrega Jesus por dinheiro e nada mais. Temos um personagem complexo, idealista, que se vê frustrado por Cristo fazer tantas coisas boas e inflamar a multidão, mas não aproveitar isso para mudar a vida das pessoas, através de sua influência. Não o vê como um Deus, mas sim como um líder admirável. E com receio do rumo que as coisas podem tomar, e com decepções quanto a seu mestre, aí sim o personagem se transforma. Uma abordagem interessantíssima.

Também chama a atenção o uso de anacronismos, como tanques de guerra, caças e metralhadoras há mais de 2000 anos. E o figurino de alguns personagens, como calças boca-de-sino e cores ultra-chamativas, bem características dos hippies e dos anos 70.

O que este filme tem de especial? A música. Tá, não é a única coisa, mas é a melhor coisa. Nada mais justo, é um musical, porém, diante de tantos musicais chatos e entediantes que estão no mercado (não vou citar nenhum pra não causar polêmica) que valorizam atuação, figurino, cenário, efeitos especiais, e etc, e tem uma música sem nada de interessante, há de se fazer justiça a um trabalho ímpar de Andrew Lloyd Webber, que não foi nada menos do que genial nas composições. Quem não assistiu, criem grandes expectativas, se gostar de Rock 'n' roll psicodélico e progressivo. É 'bom de com força' o negócio. Já baixei as músicas e estão na playlist, e são as mais ouvidas nos últimos dias. Grandioso.

Claro, a música não seria tão boa se seus intérpretes não estivessem à altura. E estão. Os atores são de uma competência de fato tão grande que muito me surpreendeu pesquisar sobre eles e não encontrar outros trabalhos tão relevantes quanto este. Estão no mesmo nível de alguns dos meus cantores favoritos. Também merece crédito as bizarras coreografias, típicas da época, especialmente durante as músicas "What's the buzz" e "Simon Zealotes". E o já citado figurino. Não podemos esquecer que o filme é uma adaptação de um musical da Broadway, homônimo.

Quando e com quem assistir a este filme? Assisti ao filme com um certo receio sobre como seria a abordagem, do ponto de vista religioso, mas pelo menos eu não percebi nenhum ponto polêmico à ponto de recomendar que se evite assistir com algum chato cabeça fechada. Creio que vale à pena assistir com qualquer um. Que goste de Rock. Porque é muito Rock 'n' roll! Se possível, priorize conseguir assistir com o áudio na maior qualidade que puder ter acesso.

Ficha técnica:

Elenco: Ted Neeley - Jesus Christ
Carl Anderson - Judas Iscariot
Yvonne Elliman - Mary Magdalene
Barry Dennen - Pontius Pilate
Bob Binghan - Caiaphas
Kurt Yaghjian - Annas
Josh Mostel - King Herod
Philip Toubus - Peter
Larry Marshall - Simon Zealotes
Richard Orbach - John
Direção: Norman Jewinson
Produção: Robert Stigwood & Norman Jewinson
Roteiro: Melvyn Bragg (baseado no texto de Tim Rice)
Trilha sonora: Andrew Lloyd Webber
1973 - Reino Unido - 106 minutos - Musical