terça-feira, 13 de dezembro de 2011

The Weather Man (O sol de cada manhã)

De modo geral, dramas são filmes que nos apresentam um roteiro de fundo realista, buscando trazer do espectador aquela típica sensação de identificação, e a partir de então, trazer algum tipo de desconstrução, reflexão, ou algo assim.. Uma proposta ousada, e que nem sempre dá certo. Felizmente, estamos diante de um bom exemplo do gênero.

Sobre o roteiro: Em breve sinopse, Nicholas Cage interpreta um apresentador da previsão do tempo em uma TV local. Ganha consideravelmente bem, mas não consegue obter o respeito de seu pai, que é jornalista (argh!) e já ganhou um Pulitzer, o que o dá a certeza de ser melhor do que quase todos, e nada sobre a carreira do filho o impressiona. O protagonista também tem problemas com sua ex-mulher, que para ele ainda não está totalmente perdida, e procura criar uma ligação maior com sua filha, vítima de bullying na escola, e seu filho, preso com maconha e sendo assediado pelo assistente social que o acompanha. Mais um retrato do cidadão médio americano, e mais uma desconstrução do american way of life. E muito bem feita, por sinal. Não vejo muito problema em revelar mais sobre a trama, pois o importante no filme não é saber o que acontece, mas sim como acontece. David Spritz está todos os dias feliz na TV, o que não corresponde nem de longe a sua vida pessoal, que ele vê vazia, e passa o filme inteiro buscando sentido nela.

O que este filme tem de especial? Embora o filme traga dois atores de muito peso (Nicholas Cage e Michael Caine), nenhum deles tem uma atuação lá digna de destaque. É um filme muito bom, mas não graças as atuações do elenco, embora justiça seja feita, não é muito exigido. O texto dá o tom. Eu gosto da forma com que o roteiro dá características e personalidades bem construídas aos personagens. Claro que o filme é carregado de clichês e passa longe de ser original, mas contar uma história vista e revista exaustivamente no cinema e ainda assim fazer algo interessante é notável.

Uma característica interessante do filme é usar a idéia de flashes de idéias. Embora em proporção infinitamente menor, tal característica me lembrou Requiem for a Dream. Não sei muito bem explicar o que é essa característica, mas para quem viu o filme, estou falando daquilo que acontece, por exemplo, na cena da pata de bode.

Fora isso, aspectos técnicos interessantes. Direção seguindo um rumo que sai um bocado do padrão comercial, fotografia digna de nota, e a sempre notável trilha de Hans Zimmer.

Quando e com quem assistir a esse filme? Não recomendo assistir com crianças. Não tem nada que eu julgaria inadequado para elas, mas elas vão achar o filme chato. Fora isso, não é um filme difícil, não vejo restrições possíveis, mas também evite pessoas muito vazias, é um filme mais crítico e mais ácido. Um filme inteligente, que se não for compreendido (não que seja muito difícil), causa tédio.

Ficha técnica

Elenco: Nicholas Cage - David Spritz
Michael Caine - Robert Spritz
Hope Davis - Norren
Direção: Gore Verbinski
Produção:  Todd Black, Jason Blumenthal & Steve Tisch
Roteiro: Steve Conrad
Trilha sonora: Hans Zimmer
2005 - EUA - 101 minutos - Drama

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