Stephen King. Frank Darabont. Morgan Freeman. Tim Robbins. Tem como dar errado?
Sobre o roteiro: Estou atualmente lendo a série The Dark Tower (A Torre Negra), de Stephen King, e, pela primeira vez, estou tendo contato com um livro dele, e não apenas com uma adaptação. O que tenho a dizer é que, apesar do mais manjado clichê do cinema de que "o livro é bem melhor", a maioria dos filmes baseados em seus livros captam muito bem o estilo de história que este sombrio escritor do Maine quer nos contar. Apesar de se tratar de uma temática completamente diferente, é notável a presença do estilo de King neste filme. Claro, de Darabont como diretor e roteirista também.
The Shawshank Redemption está em 1º lugar na lista do IMDB, com a nota mais alta, já a vários anos. Tá, listas de melhores de qualquer coisa que seja subjetiva não quer dizer nada, e eu não concordo que este seja o melhor filme de todos os tempos. Mas o que quero dizer é que não é nenhuma bizarrice nem obra do acaso que este filme tenha conseguido este feito e mantenha esta marca. É um excelente roteiro, bem coerente e bem montado, verossímil, crítico, intrigante, com todas as melhores características de Stephen King (apesar da ausência do fator sobrenatural), e que explora bem as falhas do sistema judiciário, da administração e do sistema penal (que, apesar de mostrar um exemplo nos EUA, não é muito diferente em qualquer outro lugar do mundo). Uma história emocionante (mas, de fato, não surpreendente), bem contada, e que definitivamente será lembrada por todos os que o assistirem.
O que este filme tem de especial? Primeiramente, o roteiro. Como este assunto já foi abordado, passemos ao elenco. Apesar de contar com apenas um verdadeiro astro de Hollywood, Morgan Freeman, o filme conta com um elenco todo muito bom. Difícil saber se o elenco realmente é muito bom, ou se Frank Darabont sabe como extrair o melhor do pessoal com quem trabalha, já que todos os seus filmes são primorosos. Destaque óbvio para a dupla protagonista, Tim Robbins (que, estranhamente, não emplacou outros grandes sucessos como esse, a exceção de Mystic River, que lhe rendeu um Oscar de melhor ator), e Morgan Freeman. Cenário, fotografia, trilha sonora, e tudo mais, no melhor padrão desse diretor francês. Ah, de novo, a presença discreta de Jeffrey DeMunn, como em todos os outros filmes de Darabont, e em várias adaptações de King.
Quando e com quem assistir este filme? Com o mesmo público que gostou de The Green Mile, que também é fruto da dobradinha King/Darabont. Um filme emocionante, bonito, com algumas cenas pesadas, mas sem apelação, e tudo mais. Uma recomendação especial para a turma do direito, especialmente para o pessoal dos direitos humanos. Quem não viu, veja, é imperdível. Quem já viu, recomendo ver de novo, que sempre vale a pena relembrar.
Ficha técnica
Elenco: Tim Robbins - Andy Dufresne
Morgan Freeman - Ellis "Red" Redding
Bob Gunton - Warren Norton
William Sadler - Heywood
Clancy Brown - Capitão Hadley
James Witmore - Brooks Hatlen
Jeffrey DeMunn - Promotor de justiça
Direção: Frank Darabont
Produção: Niki Marvin
Roteiro: Stephen King (autor do livro) & Frank Darabont
Trilha Sonora: Thomas Newman
1994 - EUA - 142 minutos - Drama
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