sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Passion Play

Ser fã de Nightwish me custou caro. Tudo bem, eu já fui assistir esse filme tendo plena consciência de que não existia relação nenhuma com o disco "Dark Passion Play", mas, levado pela curiosidade do título, e do elenco, resolvi me arriscar. E assisti a esse desperdício. Não desperdício de tempo, mas de possibilidades. Sabe quando você vê um filme, mas sabe que o filme poderia ser bem melhor se tivessem feito isso e aquilo de uma forma diferente?!

Sobre o roteiro: Um decadente trompetista acaba indo parar num circo estilo "freak show" no meio do deserto do México (como ele vai parar lá? Até agora não entendi, este é só o primeiro furo de roteiro). Então, se encanta particularmente por uma mulher que tem asas. Se seguem alguns clichês, eles fogem do circo, e, de repente, eles estão fugindo do dono do circo e de um mafioso que quer matar nosso desafortunado músico. Como não poderia deixar de acontecer neste romance hollywoodiano, fatalmente a jovem alada, que cresceu a vida toda sendo isolada e protegida do "mundo fora do circo", passa a ser a mina de ouro que pode livrar seu "salvador" do seu credor. Mas, como também só num filme aconteceria, a linda Megan Fox se deixa seduzir pelo gatão do Mickey Rourke. Até aí nada demais. O problema é que mais de 20 anos se passaram desde que ele era realmente um galã ao lado de Kim Bassinger em 9 1/2 Weeks. E aí as asas deixam de ser relevantes para tirar a verossimilhança do roteiro. Notem que até aqui, embora supostamente carregado de spoiler, não falei nada que não fosse extremamente previsível. Daqui pra frente, se segue um filme água com açucar, chato, bem ao estilo de Water for elephants. Só que o roteirista criou uma personagem interessante. Não é todo dia, nem na ficção e nem na vida real, que se vê uma mulher com asas (lembra daquela história de que mulher que não dá, voa? Não se preocupem, ela tem asas, mas não consegue voar. Adivinhem por quê?!), e simplesmente usar uma personagem assim num filme com uma história que já foi rodada 500 mil vezes é dar 50 litros e chutar o balde. Ah, as várias cenas sem explicação, sem origem ou sentido, enchem também.

O que esse filme tem de especial? Primeiramente, Megan Fox (sua linda!). Não é boa atriz, continua não sendo, mas é sempre um colírio para os olhos. Bill Murray e Mickey Rourke trabalham bem, mas não o suficiente para salvar o fraco roteiro. Destaque para Bill Murray como vilão. Não que seja uma atuação destacada, mas é curioso vê-lo como um Tony Montana (Personagem de Al Pacino em Scarface), matando geral e botando banca. Fora isso, um convincente par de asas na morena, uma boa trilha sonora, e só. Nada genial, nada que mereça destaque.

Quando e com quem assistir a esse filme? É filme pra mulher. Não se deixem enganar pela Megan Fox personificando um anjo. Entendam que quando digo aqui que é um filme pra mulher, estou me referindo ao estereótipo de filme que normalmente, uma mulher dentro da média gosta, por seus elementos típicos das fantasias do universo feminino. Pra ver com a namorada é uma boa alternativa, pois não exige muito compromisso com a tela.

Ficha técnica:


Elenco: Mickey Rourke - Nate Poole

Kelly Lynch - Harriet
Bill Murray - Happy Shannon
Megan Fox - Lily
Direção: Mitch Glazer
Produção: Daniel Dubiecki e Megan Ellison
Roteiro: Mitch Glazer
Trilha sonora: Dickon Hinchliffe
2010 - EUA - 94 minutos - Romance



terça-feira, 6 de setembro de 2011

The Count of Monte Cristo (O conde de Monte Cristo) (2002)

Provavelmente esta é a melhor história de vingança já escrita pelo homem. Uma das obras literárias mais famosas do mundo, e também uma das mais adaptadas para o cinema. Porém, na minha geração, essa é a versão mais famosa. Não li o livro, nem vi os outros filmes, o que pode comprometer as minhas impressões sobre até onde eu gostei do filme ou da história mesmo.

Sobre o roteiro: Como a história já é conhecida, vou resumir sem muito spoiler: Um homem inocente é acusado de ser o autor de um assassinato que não cometeu, e é enviado a uma das piores prisões de sua época, onde vive confinado numa cela solitária, sofrendo torturas dos sádicos carcereiros. Na prisão, conhece um padre, que também é prisioneiro, que ao tentar fugir, acaba parando em sua cela. Este se torna seu mentor, lhe ensina muita coisa, inclusive lhe dizendo como se tornar muito rico e poderoso caso consiga sair da prisão. Ao conseguir fugir de lá, consegue prosperar e se tornar o poderoso Conde de Monte Cristo. E então, começa a sua vingança contra os responsáveis pelas injustiças de que fora vítima.

Não sei se dá pra realmente chamar a história de original, mas fato é que a forma como os fatos se desenrolam são surpreendentes e inteligentes. E é aí que eu realmente não sei diferenciar até onde é mérito do autor da obra, e onde começa o mérito dos roteiristas que fizeram a adaptação. A certeza que fica é que o filme traz um roteiro que cativa a atenção até o fim, e traz ótimos momentos, piadas, diálogos marcantes, e cenas épicas. Filme monstro.

O que esse filme tem de especial? Volto a dizer que na minha humilde opinião, o melhor critério para atestar a qualidade do filme é se o roteiro é o principal atrativo. Existem filmes bons com roteiro ruim, mas que funcionam bem com a idéia, e filmes ruins com boas histórias, mas mal-contadas. E por mais que este filme tenha atuações brilhantes (principalmente de Jim Caviezel como protagonista, e para o coadjuvante Luis Guzmán), tenha um figurino de época soberbo, grande fotografia, cenários incríveis, e tudo mais que se pode querer para um grande filme, o seu roteiro ainda é o prato principal. Um filme TOP em vários aspectos.

Quando e com quem assistir esse filme? Concordo que já tem um tempo considerável desde a última vez que assisti esse filme, mas não me vem a memória nenhuma cena censurável. Algumas poucas cenas podem ser consideradas violentas, principalmente os duelos de espadas, mas não tem nada que fuja do padrão do cinema americano. A história tem alguma profundidade. Não é nenhum Star Wars, mas alguma atenção se faz necessária para sacar alguns pontos.

Ficha técnica

Elenco: Jim Caviezel - Edmond Dantes
Guy Pearce - Fernand Mondego
Richard Harris - Padre Abade Farias
James Frain - J.F. Villefort
Dagmara Dominczyk - Mercedes
Henry Cavill - Albert Mondego
Luis Guzmán - Jacopo
Direção: Kevin Reynolds
Produção: Gary Barber, Roger Birnbaum & Jonathan Glickman
Roteiro: Alexandre Dumas (autor do livro), adaptado por Jay Wolpert
Trilha sonora: Edward Shearmur
2002 - EUA/Inglaterra/Irlanda - 131 minutos - Drama