sexta-feira, 29 de julho de 2011

The kids are all right (Minhas mães e meu pai)

Um filme do qual eu gostei bastante. Um monte de clichês manjados, mas dessa vez atribuidos a personagens não tão manjados assim.

Sobre o roteiro: A família americana feliz. Um casal de filhos espertos e saudáveis, e mães que se amam. Sim, mães. Devido a uma questão biológica, elas não poderiam ter filhos, e então optaram por uma inseminação artificial. Quando a filha mais velha, Joni, faz 18 anos, seu irmão mais novo, Laser, insiste que ela use seu direito legal de conhecer o pai biológico. E é justamente quando seu "pai" entra nas suas vidas que tudo começa a acontecer. Daí pra frente, realmente nada de novo em relação aos dramas de filmes sobre relacionamento familiar, tema bem recorrente no cinema. Inusitado mesmo é ver isso numa família menos convencional, o que torna tudo mais interessante para o espectador. Nada surpreendente, nada novo, mas a situação ganha uma nova roupagem, que transmite um ar novidade.

Além disso, embora eu não diria que o filme se trata de uma comédia (apesar de ser essa a categoria na qual o filme se considera enquadrado, e na qual foi categorizado em vários festivais), o filme carrega um certo ar de humor, pela normalidade que uma situação incomum se apresenta na tela. Uma piada aqui, uma cena inusitada alí, e o filme se torna mais leve.

O que esse filme tem de especial? Acredito que o trunfo do filme é mostrar como uma situação tão bizarra pode ser encarada com naturalidade, normalidade, e até mesmo flertar com a identificação do público com os temas tratados. É um filme superficial, não enfrenta preconceitos, não perde tempo tentando se justificar. Apenas se apresenta.

No aspecto técnico, as atuações dos três atores que levantam o interesse do público justificam a expectativa. Mark Rufallo no papel de um homem meio dissimulado, Julianne Moore como uma lésbica na crise da meia-idade, e Annette Bening como a lésbica-machão da relação. Todos muito convincentes. Os jovens Mia Wasikowska e Josh Hutcherson também mandam bem com seus papéis menos exigentes. Os garotos estão bem. De resto, nada a destacar, nem positivamente, nem negativamente.

Quando e com quem ver esse filme? Nem veja se não tiver uma cabeça aberta. E nem veja com quem não tem uma. Um filme sobre uma família criada por um casal de mulheres pode chocar facilmente. Veja com quem julgar adequado. Pessoalmente, não vejo problema nenhum em recomendar pra ninguém, mas sei que há quem vá me olhar torto por recomendá-lo. Bom, já está claro o que tem no filme, então...

Ficha técnica

Elenco: Julianne Moore - Jules
Annette Bening -  Nic
Mark Ruffalo - Paul
Mia Wasikowska - Joni
Josh Hutcherson - Laser
Direção: Lisa Cholodenko
Produção: Jeff Levy-Hinte, Gary Gilbert, Jordan Horowitz, Celine Rattray, Daniela Taplin Lundberg e Philippe Hellmann
Roteiro: Lisa Cholodenko & Stuart Blumberg
Trilha sonora: Carter Burwell
2010 - EUA - 107 minutos - Drama

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Yes Man (Sim Senhor)

Jim Carrey em mais um filme bonzinho. De mais ou menos para bom. Ele já teve seus melhores momentos, e embora eu ainda espere que ele volte um dia com uma comédia de rir alto, já tem um tempo que não o vejo em uma comédia do nível de seu início de estrelato. Pra mim ele é muito melhor fazendo drama do que comédia, mas enfim...

Sobre o roteiro: A premissa do filme é o suficiente para se fazer até mesmo um seriado, de tantas idéias possíveis baseada em um simples pressuposto: Dizer sim a qualquer coisa. Ou seja, um cara foi convencido a fazer a experiência de dizer sim a qualquer oportunidade que tiver na vida, e assim, poder experimentar uma mudançça, já que sua vida antes disso era monótona, principalmente devido a ele mesmo dizer não para as maiores banalidades de sua vida, e viver em funcão de seu trabalho e do ócio. O trabalho do roteirista então se resumiu a pegar algumas possibilidades engraçadas conectáveis, e então conectá-las. O principal problema é que o roteiro - embora parta de um ponto muito simples, mas muito original - resolve explorar algo que já foi explorado bilhões de vezes no cinema: Um relacionamento. E aí o filme vira quase uma comédia romântica. Não que seja ruim, mas quando se tem Jim Carrey, dá pra fazer muito, muito mais que isso. Então as características mais legais do canadense são desperdiçadas, pois qualquer ator bom, mas mais simplista, seria o suficiente para o papel. Mas beleza, foi com ele mesmo, e o filme é uma comédia leve e despretensiosa. E bom.

O que esse filme tem de especial? Talvez a proeza de colocar Jim Carrey em cena e o fazer não parecer ser ele mesmo. Mas, como já disse também, o filme parte de um tema algo original, e gera um roteiro que, embora poderia ser melhor, e seja o principal ponto negativo do filme, funciona. A atuação do elenco é boa também, nada a destacar, e... só. É uma comédia que não cansa, mas também não empolga. Não é filme pra dar gargalhada e nem pra ficar com raiva da escolha, mas pra rir com o canto da boca.

Quando e com quem ver esse filme? Filme light que daria pra ver numa boa com qualquer um, não fosse por apenas uma única cena: Quando se diz sim pra QUALQUER coisa, acho que já dá pra imaginar do que estou falando. Nada forte, apenas insinuante, mas pode ser o suficiente para constranger alguns conservadores mais moralistas chatos. Fiquem avisados.


Ficha técnica


Elenco: Jim Carrey - Carl Allen
Zooey Deschanel - Allison
Bradley Cooper - Peter
John Michael Higgins - Nick Lane
Rhys Darby - Norman
Danny Masterson - Rooney
Terence Stamp - Terrence Bundley
Direção: Peyton Reed
Produção: David Heyman & Richard D. Zanuck
Roteiro: Danny Wallace (autor do livro)
Trilha sonora: Lyle Workman, Mark Oliver Everett e They Might Be Giants
2008 - EUA - 104 minutos - Comédia

Winter's Bone (Inverno da Alma)

Sabe aquela história de que pobreza é coisa da América Latina, do Leste Europeu, da África, Oriente Médio, sul da Ásia e norte da Oceania? Surpresa! Existe pobreza e miséria nos EUA também! Isso mesmo! Aquele país superpotente imperialista podre de rico e de soberba, que gasta meio PIB com guerras completamente inúteis e dispensáveis, também tem problemas, meus caros. E é essa realidade que serve como cenário para este excelente e forte filme.

Sobre o roteiro: Ree é uma jovem de 17 anos, responsável pela mãe inválida mentalmente, e por seus dois irmãos consideravelmente mais novos. Ninguém sabe onde está seu pai, mas a polícia quer saber, afinal, se ele não aparecer em uma audiência daí a uma semana, o Estado vai lhes tomar a casa, bem oferecido como garantia da fiança de seu pai, um conhecido fabricante de speed (anfetaminas, droga lícita no Brasil, mas ilegal nos EUA e em grande parte do globo). Começa então uma epopéia da garota em busca de informações que a levem a seu pai. Vale lembrar que ela e sua família vivem numa das partes mais miseráveis dos EUA, onde existe escacez de comida, de conforto, de quase tudo, onde as pessoas vivem do que conseguem para viver, como caça, hortas, pesca, etc. Nesse ambiente, ainda mais no meio (literalmente) do país que supostamente é o melhor do mundo, cria nessas pessoas que vivem nessas condições um comportamento muito peculiar, e o mais pacato vizinho pode não ser flor que se cheire. E quando se está procurando por um traficante, os lugares e as pessoas que devem ser pesquisados não são necessariamente os mais agradáveis para uma garota que, embora seja muito fria e esperta, ainda é uma garota. A saga de Ree em busca de seu pai torna-se um retrato da parte dos EUA da qual eles não devem se orgulhar muito. E não é uma parte pequena. Então, pensem bem antes de sair nadando por Tijuana e se sujeitar a algumas das piores humilhações possíveis para entrar neste território, que pode se revelar ainda pior do que o lugar onde se encontram hoje.

Mas enfim, não é um roteiro anti-EUA (só eu que sou anti-EUA, e gosto de ver coisas assim e realçá-las - foi mal...), é um roteiraço, que é a principal atração do filme. E que leva a um fim surpreendente. Ou algo surpreendente, pelo menos.

O que esse filme tem de especial? Primeiramente, o filme joga na cara dos próprios norte-americanos algo que eles preferem ignorar: Seu próprio país vai mal. E a realidade aqui apresentada nada mais é do que o subproduto do que eles fazem para manter o "modo de vida americano". Achavam que era só fora dos EUA que os impactos seriam sentidos, mas dói na própria carne também. Não que se importem, mas pelo menos agora viram.

Tecnicamente, o filme também tem muitos méritos. Como disse anteriormente, um ótimo roteiro, que foge um pouquinho do drama-padrão de Hollywood, um grande elenco de desconhecidos, onde não tem um elo fraco - todos se saem muito bem, mesmo os de mais reduzida participação ou importância - principalmente a protagonista Jennifer Lawrence (que viria a se destacar como Mystique em X-Men: First Class). Fotografia digna de destaque, edição com uma cara de seriado caseiro (não no sentido pejorativo, uma coisa de estilo mesmo), e um cenário bucólico e deslumbrante. Um filme que transpira e transmite muito realismo.

Quando e com quem ver esse filme? Apesar do tema pesado, o filme não tem nenhuma cena de violência muito pesada não, fora uma ou outra insinuação de coisas mais pesadas. Não tem nenhuma cena de sexo ou nudez que eu me lembre, não tem um vocabulário pesado, enfim, politicamente correto, mas tematicamente agressivo. Muito, muito recomendado. Assista prestando atenção, pois é uma história que merece ser vista, e com companhia igualmente interessada. Não é o filme pra ver namorando.


Ficha técnica

Elenco: Jennifer Lawrence - Ree Dolly
John Hawkes - Teardrop
Lauren Sweetser - Gail
Garret Dillahunt - xerife Baskin
Dale Dickey - Merab
Direção: Debra Granik
Produção: Anne Rosellini & Alix Madigan
Roteiro: Debra Granik & Anne Rosellini (baseado no livro de Daniel Woodrell)
Trilha sonora: Dickon Hinchliffe
2010 - EUA - 100 minutos - Drama

terça-feira, 19 de julho de 2011

GoodFellas (Os bons companheiros)

Filmes sobre máfias. O tema já foi fartamente abordado, mas são poucos os que atingem o status de "clássico". Temos The Godfather, Scarface, The Untouchables e temos GoodFellas. Pode até terem outros, mas os que lembrei na hora são esses.

Sobre o roteiro: Já de cara dou moral pro diretor por fazer um filme com Robert DeNiro, Joe Pesci, e deixar o papel central para Ray Liotta. Como disse, um filme sobre máfia. Na verdade, um caso acontecido em uma máfia. A históra (baseada em fatos reais) de um cara que sempre quis entrar na máfia e no crime, e uma vez parte da organização, começa a crescer em status, respeito e ousadia. E o filme retrata os altos e baixos da sua carreira. Embora seja um roteiro muito interessante, este não é um filme a ser assistido para ver o desfecho da história, apesar de ser muito interessante e algo surpreendente. Mas é um filme que marca pelo caminho traçado para se chegar ao fim.

O que esse filme tem de especial? Tem um grande e complexo roteiro, mas que não é o principal ponto positivo. O texto é muito marcante também, com grandes diálogos que se tornaram clássicos, muitas sequências e cenas épicas, mas ainda fico com a sensação de que o destaque do filme é o elenco. As atuações de Robert DeNiro, Ray Liotta e Paul Sorvino são muito convincentes, mas Joe Pesci rouba a cena. O baixinho faz um dos mais cruéis, psicóticos e mal-humorados mafiosos da história da sétima arte. Um merecidíssimo Oscar de melhor ator coadjuvante.

Claro, um filme não pode ser dirigido pelo Scorcese e deixar os elementos técnicos em segundo plano. Vemos aqui muitas características que marcaram a obra do diretor, como os ácidos diálogos, a violência solta, e tudo mais. Um dos melhores trabalhos de Martin. Ah, e também vai um destaque para os extravagantes colarinhos ingleses que todo mundo parece usar no filme.

Quando e com quem assistir a esse filme? Com quem aprecia filmes do gênero: Mafiosos vistos como os protagonistas, cativando a simpatia do espectador, violência, crime organizado, e essas coisas muito legais de serem vistas apenas nos filmes. E dá pra dizer que é um filme relevante demais pra ser assistido como puro entretenimento, embora não seja um filme difícil.


Ficha técnica


Elenco: Ray Liotta - Henry Hill
Robert DeNiro - Jimmy Conway
Joe Pesci - Tommy DeVito
Paul Sorvino - Paul Cicero
Frank Sivero - Frankie Carbone
Direção: Martin Scorcese
Produção: Irwin Winkler
Roteiro: Nicholas Pileggi (autor do livro)
Trilha sonora: Christopher Brooks (músicas selecionadas para o filme, não compostas para o mesmo)
1990 - EUA - 146 minutos - Drama / Ação / Policial

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Water for Elephants (Água para Elefantes)

O que você tem ao colocar no mesmo filme o melhor ator surgido na última década em Hollywood, e o pior ator dos últimos 50 milênios da humanidade? Um filme mais ou menos. E para melhor ilustrar isso, temos também uma atriz mais ou menos para protagonizar o filme.

Sobre o roteiro: Baseado no livro homônimo, o contexto é a crise de 29, EUA quebrado, todo mundo desempregado, e tudo mais. Um estudante de veterinária vê sua vida ir pelo ralo durante sua prova final, e termina inexoravelmente num circo. Lá, convive com diferentes pessoas de diferentes comportamentos. Então vem o clichê do dono do circo ganancioso e inescrupuloso, e sua linda mulher, por quem obviamente o tal veterinário se apaixona. Daí pra frente se desenrola o triângulo amoroso já previsto na sinopse, de forma bem lugar-comum.

Enfim, o roteiro não traz absolutamente nenhuma surpresa, e se torna mais um romance água com açucar. Não que seja ruim, apenas não é nada novo. Só não acho que caiba dizer que filmes do gênero não precisam de novidades para serem bons. Para citar alguns poucos exemplos, Meet Joe Black, Legends of the fall, Somewhere in Time, If Only e Cold Mountain são filmes que fogem do clichê, tem um roteiro muito bem elaborado, criativo, surpreendente, e que ainda assim é capaz de emocionar o público. E aqui, temos um filme que é só "mais um na multidão". Claro que 95% das pessoas que assistiram/assistirão o filme são fãs da ridícula série Twilight, mas fora isso, o filme não teria nenhum outro motivo de destaque para o grande público. Exceto por...

O que esse filme tem de especial? Hans Landa, digo, Christoph Waltz. Já deixei bem claro que ele é pra mim a maior revelação dos últimos tempos do cinema, embora já esteja velhinho. E a cada atuação dele, ele merece um Oscar. Claro, sempre como vilão (o que até acredito que vá acontecer de novo no próximo filme sobre Os Três Mosqueteiros, que já o tem confirmado no elenco), mas me custa vir a memória alguém que tenha interpretado tão bem um vilão nas telonas. E mesmo nesse filme sem sal ele consegue um destaque óbvio. E, naturalmente, foi o único motivo pelo qual eu quis ver o filme. Reese Witherspoon continua como uma atriz que serve. Não é maravilhosamente linda, e nem talentosa, mas não é má atriz e embora não esteja enter as mais lindas de Hollywood, é um belo pedaço de mau caminho. E Pattinson continua muito, mas muito canastrão. Bem melhor do que em Twilight, é claro, mas saindo de "pior da história da humanidade" para apenas "péssimo", o que já é uma grande evolução. Nesse filme, ele até tem expressões faciais!

Além disso, o próprio roteiro vem recheado de mancadas, com mais uma paixão instantânea e injustificada, cenas sem conexão, e demais falhas que fazem o roteiro parecer ter sido feito as pressas. Fora isso, tecnicamente é um filme bem feito, mas também sem nada digno de destaque. Boa fotografia, cenário, figurino, etc, mas nada atípico.

Quando e com quem ver esse filme? Com fãs de Twilight, é claro. É filme pra assistir com a namorada (o com quem possa querer que venha a ser namorada, ou algo do gênero), mas é só mais um filme, que embora não seja ruim, definitivamente não vai para a lista de filmes imperdíveis, ou de filmes para ver de novo. E só tem uma elefanta no filme todo.

Ficha técnica:


Elenco: Reese Witherspoon - Marlena Rosenbluth
Robert Pattinson - Jacob Jankowski
Christoph Waltz - August Rosenbluth
Direção: Francis Lawrence
Produção: Kevin Halloran, Gil Netter, Erwin Stoff e Andrew R. Tennenbaum
Roteiro: Sara Gruen (autora do livro)
Trilha sonora: James Newton Howard
2011 - EUA - 120 minutos - Romance

quarta-feira, 6 de julho de 2011

3:10 to Yuma (Os indomáveis) (2007)

Outro petardo. Pessoalmente, fui condicionado a gostar mais de filmes com uma narrativa mais objetiva, sem muita enrolação. E, de modo geral, Western é um gênero que adora focar na arma, no bandido, no mocinho, no espectador, na arma de novo, no olhar do bandido, no olhar do mocinho, na mão próxima ao coldre, e por aí vai. É legal pra criar o pesado clima de suspense que o gênero pretende, mas pra quem não é tão paciente, cansa. Neste remake do original de 1957 (que não vi), clássico do gênero, segundo os mais ligados no estilo, o diretor deu uma enxugada no suspense - mas ele ainda está bem presente, apenas sob uma nova perspectiva - e nas cenas que já não tem mais lugar em Hollywood, e fez essa obra-prima.

Sobre o roteiro: Um roteiro eficiente. Contar o filme (embora não o desfecho) não vai estragar a diversão de ninguém. Aqui o diretor preza por aquela coisa de "o importante não é o destino, mas a viagem". Legal é ver como as coisas acontecem. Um fora-da-lei, mais ou menos dentro do estereótipo comum do vilão bandido, é preso, e precisa ser levado para Yuma, no trem das 3:10. Mas se trata de um habilidoso e ardiloso pistoleiro de sangue-frio, líder de um fiel bando ainda mais cruel e assassino. Se faz necessário escoltá-lo até seu destino. E no grupo que se prontifica a cumprir tal missão, está um rancheiro que está devendo até o pescoço, e precisa desesperadamente do dinheiro da recompensa pelo serviço para manter sua fazenda e sua família. E durante a epopéia, é constantemente tentado por seu prisioneiro, que lhe faz ofertas tentadoras para deixá-lo escapar.

Um roteiro recheado de elementos interessantes que fazem deste filme uma das mais gratas surpresas que assisti esse ano. Fiquei até com vontade de ver o original, quando tiver a oportunidade.

O que esse filme tem de especial? Primeiramente, atuações convincentes. Muito convincentes. Especialmente dos atores da capa, Christian Bale e Russel Crowe, e de Ben Foster, que faz um dos mais psicóticos e frios matadores do cinema. Além de um roteiro muito cativante, que só de anunciar o que está por vir no começo do filme já garante nossa atenção. Outro ponto interessantíssimo é a forma que os personagens tem personalidades bem definidas e complexas. Um Ben Wade que adora desenhar, um realmente leal Charlie Prince, um virtuoso, habilidoso e inteligente Dan Evans, com fortes influências de seu passado na guerra civil, entre outras particularidades interessantes. Diria apenas que seu filho poderia ser um pouco menos previsível, e menos bobão, mas nem de longe compromete o filme. E a parte técnica também é muito boa. Direção, trilha sonora, edição, fotografia, cenário, figurino, tudo funciona perfeitamente como deve ser: Convincente e discreta (um filme lembrado mais por ser bem feito do que por ser bom, de certa forma, não deixa de ser um fracasso).

Quando e com quem ver esse filme? Mais um filme com altas doses de violência. Nada Tarantino, é mais do padrão Hollywood para ação mesmo. Só que tem várias e várias cenas disso, afinal, é um western, caramba! No mais, serve muito bem como entretenimento. É um filme cativante, pra lembrar dos personagens depois e ficar na memória (o que considero um dos melhores elogios que um filme pode receber).


Ficha técnica:


Elenco: Russel Crowe - Ben Wade
Christian Bale - Dan Evans
Ben Foster - Charlie Prince
Logan Lerman - William Evans
Peter Fonda - Byron McElroy
Alan Tudyk - Doc Potter
Dallas Roberts - Grayson Butterfield
Gretchen Mol - Alice Evans
Vinessa Shaw - Emmy
Direção: James Mangold
Produção: Cathy Konrad
Roteiro: Halsted Welles, Michael Brandt & Derek Haas
Trilha sonora: Marco Beltrami
2007 - EUA - 122 minutos - Western (remake)

terça-feira, 5 de julho de 2011

The usual suspects (Os suspeitos)



Depois de muito tempo sem postar nada, eu tinha que voltar com um filme top. Estou falando de um dos 10 melhores filmes de investigação que já vi.

Sobre o roteiro: O nome do filme vem de uma sala de suspeitos montada para reunir os personagens principais, sob falsas acusações, que irão ser convocados por Keiser Soze, uma lenda do crime organizado, para realizar um "serviço", como forma de pagamento por roubos que cada um dos suspeitos havia cometido contra seu patrimônio, embora não soubessem que era dele que estavam roubando. A história é narrada pelo personagem de Kevin Spacey, que está sendo interrogado por um detetive, e vai contando os fatos acontecidos durante o filme. E as coisas vão se desenrolando de forma a deixar o espectador mais desatento completamente perdido. É um filme recheado de detalhes, nuances, pequenos detalhes que farão toda a diferença no fim da trama, que é surpresa atrás de surpresa.

O que esse filme tem de especial? Vamos listar. Pra começar, atuações perfeitas. Tanto que Kevin Spacey levou um Oscar pela sua atuação. O roteiro também é sensacional, cheio de revelações e de tudo pra manter um suspense e prender a atenção e a expectativa do espectador. E também ganhou um Oscar de melhor roteiro. Mas seguramente o maior trunfo do filme é a direção, por conta de Bryan Singer (o mesmo de X-men, X2 e do seriado House, M.D). Imagine um filme com o tom sarcástico e com os intrigantes casos de House, mas no âmbito do crime organizado. É mais ou menos isso que se encontra aqui. Menção especial para a cena onde é contado como Keiser Soze se tornou um legendário criminoso.

Quando e com quem assistir esse filme? Com quem não se importa com violência, porque o filme tem uma boa dose desta, e quando puder se concentrar, pois o filme é muito complexo, e se torna muito mais interessante se juntar as peças ao longo do longa.

Ficha técnica:


Elenco: Kevin Spacey - Roger Verbal Kint
Benicio Del Toro - Fred Fenster
Stephen Baldwin - Michael McManus
Gabriel Byrne - Dean Keaton
Kevin Pollak - Todd Hockney
Chazz Palminteri - Dave Kujan
Pete Postlethwaite - Kobayashi
Suzy Amis - Edie Finneran
Direção: Bryan Singer
Produção: Kenneth Kokin, Michael McDonnell e Bryan Singer
Roteiro: Christopher McQuarrie
Trilha sonora: John Ottman
1995 - EUA - 106 minutos - Policial / Suspense