domingo, 28 de agosto de 2011

Fried Green Tomatoes (Tomates Verdes Fritos)

Mais um daqueles filmes sobre o valor de uma amizade.

Sobre o roteiro: Uma mulher à beira da menopausa vai frequentemente a um hospital visitar uma tia rabugenta que nunca a deixa entrar no quarto. Enquanto espera seu marido, que realmente a visita, ela conhece uma senhora carente de atenção e que, dia após dia, vai lhe contando capítulos de uma história ocorrida há muitos anos atrás, no começo do século, numa conservadora cidade do sul dos EUA. Nesse momento, o filme se divide em duas narrativas: a história da velha, e a história da mulher, que está em plena crise da meia-idade, lamentando a estagnação do seu casamento e da sua própria vida. Mas a primeira das duas histórias é que realmente é o foco do filme.

Uma mulher, após a trágica morte do seu namorado prematuramente, acaba num casamento arranjado com um homem que se revela violento, agressivo e alcoólatra, o perfeito retrato do que as feministas costumam atribuir a todos os homens. E então, sua melhor amiga a ajuda a sair fora desse destrutivo relacionamento, fugindo deste vilão. Revelar mais que isso seria spoiler.

Enfim, um bonito filme sobre a história dessas duas amigas, que enfrentam algumas severas adversidades, e os reflexos da história na vida da mulher que ouve essa história. Muito bonito, mas feminista demais pro meu gosto.

O que esse filme tem de especial? É um filme recheado de clichês, mas que não soa repetitivo, ou chato. O roteiro foi bem escrito nesse sentido, para tornar uma história relativamente previsível em algo mais interessante. Esteticamente também é um belo filme, com bela fotografia e grande figurino de época. Não é um filme imperdível, mas é um bom filme, mais ou menos dentro da minha expectativa mesmo, um clássico pelo tempo (o filme tem 20 anos) mas que não figura nas conversas entre cinéfilos falando dos mais inesquecíveis filmes de suas vidas. Destaco apenas o ponto negativo de que os 4 principais personagems masculinos fazem papéis lamentáveis: Um é adorado por todas as mulheres, mas por ser praticamente um príncipe encantado de contos-de-fadas, por fazer tudo o que as mulheres desejam. O segundo é o oposto: o cretino beberrão já descrito anteriormente. O terceiro é um detetive que parece não ter mais uma própria vida, e vive em função de encontrar algo para incriminar as protagonistas, numa perseguição próxima da paranóia. E paralelo a isso, o marido da mulher que ouve a história, um típico Homer Simpson, que passa a vida só trabalhando, assistindo TV e tomando cerveja, reclamando e ignorando a esposa. E tudo isso é feito muito sem compromisso e superficialmente. Pra mim, não compromete o filme, mas não precisava ser tão desagradável.

Quando e com quem assistir esse filme? Definitivamente é um filme feito para mulheres. Longe de ser um Twilight, mas induscutivelmente direcionado para o público feminino, recheado de situações típicas do universo delas. Não que seja um problema. Se nós temos Machete e Star Wars, talvez seja justo que elas tenham conteúdo mais direcionado pra elas. Lamento apenas o direcionamento do filme. Enfim, filme pra ver com mulher. Não que tenha problema pra um homem ver, mas não é exatamente uma recomendação minha não. As meninas vão gostar bastante.

Ficha técnica

Elenco: Kathy Bates - Evelyn Couch
Mary Stuart Masterson - Idgie Threadgoode
Mary-Louise Parker - Ruth Jamison
Jessica Tandy - Ninny Threadgoode
Cicely Tyson - Sipsey
Chris O'Donnell - Buddy Threadgoode
Stan Shaw - George
Gailard Sartain - Ed Couch
Tim Scott - Smokey Lonesome
Gary Basaraba - Grady Kilgore
Direção: Jon Avnet
Produção: Jon Avnet & Norman Lear
Roteiro: Fannie Flagg (autora do livro)
Trilha sonora: Thomas Newman
1991 - EUA - 136 minutos - Drama

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Inglourious Basterds (Bastardos Inglórios)

Eu não queria falar de um filme tão monstro enquanto este blog não tivesse mais visibilidade, mas começo a perceber o óbvio: Preciso falar de filmes de sucesso para atrair visitantes, então, lá vai um dos meus filmes favoritos, que pra mim é o melhor filme do Tarantino.

Sobre o roteiro: Bastardos Inglórios nos conta uma estória na história da segunda guerra mundial. O filme tinha tudo pra que eu o odiasse: Russos ignorados e boicotados, alemães maus, sem-coração, frios e sanguinários sedentos por sangue judeu (sem que uma explicação para isso seja apresentada), ingleses incapazes de lidar com as proporções da guerra, e, é claro, os americanos, heróis, os salvadores da lavoura, capazes de rapidamente solucionar o problema numa frágil operação de espionagem, e estão à serviço do povo judeu. Vou evitar qualquer comentário sobre o que penso dessa coisa toda, e voltar ao roteiro.

Então, um grupo de elite do exército americano, liderados pelo tenente judeu Aldo "the Apache" Raine, é enviado numa missão para matar muitos soldados alemães e matar a alta cúpula do governo, que estará reunida na França de Vichy, para a première do filme Stolz der Nation, que conta os feitos heróicos de um soldado alemão. Paralelo a isso, Shoshanna Dreyfus, sobrevivente de um ataque de uma tropa alemã em busca de judeus fugitivos, trama uma vingança ao descobrir que o tal evento vai acontecer em seu próprio cinema, e ainda por cima, contará com a presença de Hitler e Goebbels. Com estes dois planos em andamento, o astuto Coronel Hans Landa começa a perceber que algo está acontecendo. O que se segue é uma série de dessencontros que seriam trágicos, se não fossem cômicos. Pra quem gosta do estilo desse diretor, é um prato cheio. Tiroteios, matança, sanguinolência, temperados com épicos diálogos que se tornarão tão clássicos quanto os de The Godfather, Gone with the wind e 2001: A space Odyssey. Coisa linda.

O que esse filme tem de especial? Tudo. Cada segundo desse filme é um deleite para os amantes da sétima arte. A fotografia é deslumbrante, o estilo inconfundível da direção do Tarantino é muito notório, trilha sonora em harmonia com as imagens, um roteiro muito acima de genial, textos e diálogos perfeitamente bem construídos, e atuações ainda mais perfeitas. Brad Pitt está na melhor atuação dele que já vi (o que não é pouco, o coloco na minha lista como um dos meus 5 atores favoritos), Eli Roth tem uma cara de sádico que dá muito crédito a seu personagem, Michael Fassbender protagoniza uma das melhores cenas da década (a cena do bar), e, na minha humilde opinião, Christoph Waltz faz o melhor vilão da história do cinema. Sério. Somando o texto, o personagem e a atuação dele, verão que não é exagero. Estou comparando-o aqui com verdadeiros monstros, como Heath Ledger - Coringa em Batman - The Dark Knight, com Anthony Hopkins - Hannibal Lecter na triologia Hannibal, com Hugo Weaving - Agente Smith na triologia The Matrix, entre outros vilões memoráveis. Mas pra mim, Hans Landa foi ainda mais mau. Não atoa, no Oscar de 2010 ele foi o único prêmio em que não teve absolutamente nenhum suspense em relação a quem levaria como "Melhor ator coadjuvante". Foi aí que virei fã.

Voltando ao filme, tentando não fazer spoiler, vou sugerir a quem ainda não viu uma atenção especial a primeira cena (Landa na casa dos LaPadite), na já citada cena do bar, e principalmente na cena da recepção do cinema, entre Landa e o grupo de Raine, além do surpreendente diálogo da negociação. Enfim, os diálogos são o que esse filme tem de melhor. Valeu a pena esperar mais de 10 anos pelo mais ambicioso projeto de Tarantino, e até dá pra ignorar todas as atrocidades políticas que esse roteiro cria. Bom demais!

Quando e com quem assistir a esse filme? Tirem de perto todos os frescos que não querem ver sangue na tela, porque esse filme tem mais sangue que programa do Datena. Com a devida licença poética, é um filme pra quem tem colhões, ainda que só metaforicamente falando. Dedique atenção ao filme, pois o roteiro é complexo e surpreendente. E use o cérebro: É ficção! É só cinema!

Ficha técnica

Elenco: Brad Pitt - Aldo Raine
Christoph Waltz - Hans Landa
Mélanie Laurent - Shoshanna Dreyfus
Eli Roth - Donny Donowitz
Michael Fassbender - Archie Hicox
Diane Kruger - Bridget von Hammersmark
Daniel Brühl - Fredrik Zoller
Mike Myers - General Ed Fenech
Samuel L. Jackson - Narrador
Direção: Quentin Tarantino
Produção: Lawrence Bender
Roteiro: Quentin Tarantino
Trilha sonora: Ennio Morricone (não-composta para o filme)
2009 - EUA / Alemanha - 153 minutos - Guerra

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bedtime Stories (Um faz de conta que acontece)

Adam Sandler já é sacado. Todo mundo sabe que vai ser um filme de sucesso, que vai ser aclamado pelo público médio, mas que não vai ser um filme realmente genial. Embora eu goste um bocado dos filmes em que ele atua, os realmente acima da média são poucos. Eu citaria aqui: Click, Little Nick, 50 first dates, Billy Madison, Spanglish e Reign over me (os dois últimos na verdade são dramas). Ok, pensando melhor não são poucos. Mas enfim, dando uma olhada no currículo dele, o número de filmes que ele faz por ano é bem maior que a média de outros comediantes do seu nível, como Rob Schneider, Jim Carrey, Chris Rock e o não-tão-bom-assim Ben Stiller. De um número maior, em teoria, é mais fácil tirar mais bons filmes.

Mas enfim, este aqui é um filme que representa bem a carreira dele: ótimos momentos, mas, de um modo geral, nada extraordinário.

Sobre o roteiro: Saindo um pouquinho do que ele está acostumado a fazer, esta comédia é um pouco mais direcionado para o público infantil. E parte de uma premissa interessante também: Um funcionário de um suntuoso hotel precisa cuidar de seus dois sobrinhos para "quebrar um galho" para sua irmã. E na hora de dormir, começa a contar loucas histórias de ninar, protagonizadas por ele mesmo, bem ao estilo Homer Simpson. Como as crianças não concordam, elas fazem várias interferências nas histórias. E no dia seguinte, o que aconteceu na história acaba - de uma forma adaptada para a realidade, é claro - acontecendo na vida real. E ao perceber isso, ele começa a tentar manipular as histórias para seus próprios interesses. Aí a história se desenrola, parte para um ou outro clichê, e tudo mais. Desse jeito fica parecendo Spoiler, mas o que eu escrevi aqui, em outras palavras, é basicamente a sinopse do filme mesmo. Como são as comédias, a graça não está em saber o que vai acontecer, e sim em como vai acontecer. Nisso, Adam Sandler é muito bom.

O que este filme tem de especial? Pessoalmente, gostei da premissa, e a achei original. O filme tem bons momentos, uma história boba, mas bem tramada, traz muitos clichês, mas não chega a exagerar, e se mantêm interessante até o fim. Eu dispensaria as lições de moral que os filmes dele costumam trazer, mas também não compromete. O restante do elenco é só coadjuvante mesmo, e toda a responsabilidade do filme recai sobre o astro, para o bem ou para o mal. Não gosto muito disso, prefiro ver o céu cheio de estrelas brilhando em harmonia do que ver só um sol brilhando sozinho e em demasia, porém, Hollywood funciona assim. O filme funciona bem, mas ano que vem eu vou me esquecer dele. É muito bom, mas não tem aquele "algo mais" dos filmes dele que destaquei no início do texto. Ah, como não poderia deixar de ser, tem uma participação bem legal do Rob Schneider, que sempre atua em parceria.

Quando e com quem assistir a esse filme? Comédia do Adam Sandler, filme da Disney, é aquele padrão: Filme pra qualquer um. Pra qualquer gênero, idade, nível socio-cultural, etc. E é puro entretenimento, sem nenhuma grande pretensão (além do seu dinheiro, é claro).

Ficha técnica:

Elenco: Adam Sandler - Skeeter Bronson
Keri Russell - Jill
Guy Pearce - Kendall
Russell Brand - Mickey
Richard Griffiths - Barry Nottingham
Teresa Palmer - Violet Nottingham
Lucy Lawless - Aspen
Courteney Cox - Wendy Bronson
Direção: Adam Shankman
Produção: Adam Sandler, Andrew Gunn & Jack Giarraputo
Roteiro: Matt Lopez & Tim Herlihy
Trilha sonora: Rupert Gregson-Williams
2008 - EUA - 99 minutos - Comédia

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Catwoman (Mulher-Gato)

É raro encontrarmos um filme que seja unanimidade. Mas normalmente são unanimidades negativas. Eu nunca vi ninguém falar bem desse filme. Na verdade, todo mundo me falava era muito mal sobre ele. E então, caí na bobagem de assistir a essa porcaria. Que porcaria mais horrorosa...

Sobre o roteiro: Uma origem inventada do nada, superpoderes, uma irresistível vontade de comer ração para gatos, e deu vontade de desistir do filme. O filme exagera o tempo todo de todos os clichês possíveis, usa uma história lamentável, e faz de um filme recheado de grana, uma produção B trash. Mas não é um trash ao estilo Grindhouse, Machete, ou From Dusk Till Dawn, que são filmes trash que satirizam o gênero sem se tornar um filme de comédia. Aqui é um lixão mesmo. Insisto: Não vale a pena. Não é só que o filme ignora completamente a história e a personagem já existente. É que o filme substitui tudo o que a mulher-gato dos gibis era por uma personagem pra meninas adolescentes fãs de Twilight acharem ruim. E depois que o filme termina, fica a raiva de ter perdido 1 hora e 44 minutos da vida assistindo a isso. Fica aqui o meu relato como tentativa de poupar o tempo dos leitores deste humilde blog.

O que esse filme tem de especial? O filme consegue elencar Halle Berry, Sharon Stone e Lambert Wilson, todos bons atores, e fazer um filme que dá vergonha alheia em quem assiste. E nem os efeitos especiais decentes se fazem suficientes para sequer citar um ponto positivo no filme. É simplesmente um filme que mereceu mesmo ser execrado pela crítica.

Quando e com quem assistir a esse filme? Não assista a esse filme. Não vale a pena nem pra rir do quão ridículo ele é, porque simplesmente não tem graça nenhuma. Nem o figurino que deveria ser sexy faz o filme merecer uma espiada. Quer assistir a um filme de super-herói tosco pra rir? Assista Kick-Ass, ou The Green Hornet. Pulem esse aqui.

Ficha técnica

Elenco: Halle Berry - Patience Phillips / Mulher-Gato
Benjamin Bratt - Tom Lone
Sharon Stone - Laurel Hedare
Lambert Wilson - George Hedare
Frances Conroy - Ophelia Powers / Catlady
Direção: Pitof
Produção: Denise Di Novi & Edward McDonnell
Roteiro: Theresa Rebeck, John Brancato & Michael Ferris
Trilha sonora: Klaus Badelt
2004 - EUA - 104 minutos - Aventura

Fracture (Um crime de mestre)

Anthony Hopkens em mais um filme de baixo orçamento. Mas mantendo seu padrão, mais um filme muito bom. Já me esforcei, mas ainda não vi um filme realmente ruim com ele. Tudo bem, Bad Company tem um roteiro pavorosamente horrível, mas as atuações dele e do Chris Rock ajudam bastante para tornar o filme como "passável", no que considero como o pior filme dele. Mas aqui, temos um filme realmente interessante.


Sobre o roteiro: É o seguinte: Um velho descobre que sua jovem esposa o está traindo com um policial. Como vingança, lhe dá um tiro na cabeça, e confessa o crime. Vai a julgamento, mas dispensa um advogado, se tornando ele mesmo o responsável por sua defesa no julgamento. De olho nesse julgamento superfácil, um jovem promotor pega o caso. Porém, várias coisas acontecem durante as investigações, tornando um caso praticamente resolvido em completamente aberto, e não aparece nenhuma prova conclusiva que possa condenar aquele que todos parecem ter certeza de ser o culpado. Então, seguem-se algumas revelações sobre a história. Um roteiro interessantíssimo, mas continuar falando sobre o mesmo seria spoiler. É um filme surpreendente, e que não o faz recorrendo a clichês exaustivamente já explorados. Recomendo.

O que esse filme tem de especial? Acho que em algum lugar desse blog eu disse que Anthony Hopkins é meu ator favorito. Filmes como Hearts in Atlantis, Meet Joe Black, Legends of the Fall, Amistad e, obviamente, a triologia Hannibal só reforçam o currículo deste brilhante galês. Este não é seu melhor filme, mas ainda assim, ele está muito bem. Porém, não gostei da atuação do restante do elenco. Ryan Gosling não empolga, e os demais atores todos tem participações muito curtas para poderem ser avaliados. Claro, não chegam a comprometer o filme, mas creio que o roteiro merecia uma produção melhor, com um elenco melhor, etc. Os demais aspectos do filme também não empolgam. Então, provavelmente seria um filme apenas mediano, não fosse o ótimo roteiro, e, claro, Hopkins.

Quando e com quem ver esse filme? Pra quem curte direito, é uma ótima pedida. Mas também é um filme bem legal pra quem gosta dessa coisa de investigação, surpresas, revelações, etc. Fora um tiro na cabeça, não possui cenas de violência. Então, eu diria que não é um filme pra ser vetado para crianças, embora naturalmente a maioria delas ficaria entediada com o estilo. Mas apenas digo que não é um filme pra esperar as crianças saírem de perto pra assistir. É só começar a ver que naturalmente elas mesmo devem o fazer (pelo menos foi o que aconteceu quando eu assisti). Recomendo assistir o filme com atenção, pois o roteiro é cheio de detalhes que passam a ser relevantes no final. E vejam até o final.

Ficha técnica

Elenco: Ryan Gosling - Willy Beachum
Anthony Hopkins - Ted Crawford
Direção: Gregory Hoblit
Produção: Charles Weinstock
Roteiro: Glenn Gers & Daniel Pyne
Trilha sonora: Jeff e Mychael Danna
2007 - EUA / Alemanha - 113 minutos - Drama