quinta-feira, 9 de junho de 2011

Elektra Luxx

Mais um filme do qual eu não esperava absolutamente nada, mas o filme surpreende. De fato, não é nada demais, mas é um bom filme, até digno de recomendação. Na verdade, é a continuação de um filme chamado Women in trouble, que eu não vi.

Sobre o roteiro: Elektra Luxx é uma ex-atriz pornô que saiu do ramo após engravidar de um astro do rock, que morreu num acidente. Ela passa então a viver dando "aulas de performance" para mulheres interessadas. Até aí, uma premissa bobinha, de filme adolescente. Mais alguns elementos se somam a isso. Nick Chapel, o falecido astro, deixou algumas músicas escritas, que vão parar nas mãos de Elektra, e se tornam o objetivo de um detetive contratado para recuperá-las para a banda. Paralelo a isso, uma mulher quer a ajuda dela para um "problema" com o marido. Sem nada inovador, mas sem se tornar previsível, ou chato, a história se desenrola sob situações inusitadas no estilo "comédia de erros".

Acho relevante citar que, embora possa ser preciosismo demais para uma comédia despretensiosa e leve, uma ou outra coisa (geralmente irrelevante) parece ficar meio solta, deixando uma sensação de que faltou uma explicação melhor para as conexões, o que suponho que o primeiro filme possa servir de complemento. Duas personagens, por exemplo, que aparentemente seriam figurantes, passam a protagonizar uma história paralela (embora eu admita que seja responsável pelas duas melhores cenas do filme) sem nenhuma ligação com a trama principal.

Mas enfim, uma comédia com cenas legais, um roteiro até bacaninha, e que diverte. Um filme que merece ser assistido.

O que esse filme tem de especial? O próprio roteiro é interessante, cheio dessas coisas que dão errado e os personagens precisam improvisar, embora por vezes o filme apele para clichês ou para soluções fracas. Quanto as cenas que disse serem as melhores do filme, vale citar o episódio contado no restaurante sobre a ditadura na Venezuela (a verdadeira ditadura venezuelana, em meados do século XX). O diretor do filme é venezuelano, e deve ter tido problemas na família com o governo nessa época, e retrata uma história que quebra radicalmente com o clima cômico do filme por um instante. A outra cena é da declaração de amor de Holly para Trixie, ocasionando uma situação lésbica que soa muito natural, e não forçada como costuma ser nesse tipo de filme. Cena muito bem montada, de forma a fazer até alguém mais conservador e preconceituoso a simpatizar com a personagem. Fora isso, o filme tem um final que realmente poderia ser bem melhor, mas não chega a comprometer o resultado final, até porque numa comédia o importante não é chegar ao destino, mas sim a viagem até lá.

As atuações também são muito boas, com um especial destaque para Adrianne Palicki, que interpreta uma atriz pornô com problemas sérios de cognição, para Timothy Olyphant, que vive um personagem que lembra muito o seu próprio personagem em The girl next door e para a própria Carla Gugino, que vive a personagem-título. O diretor faz o que precisa ser feito. Num filme de comédia, é incomum o diretor se destacar demais, então, isso pode ser positivo.

Quando e com quem ver esse filme? O filme traz muitos elementos e até algumas cenas que chocarão os mais conservadores-caretas, pelo seu conteúdo sexual (que também não mostra nada além do que as novelas globais costumam mostrar), mais insinuado do que mostrado. Fora isso, uma comédia leve, sem ambição, e que dá pra ser vista numa boa com quase qualquer um. Acho que é uma boa dica pra ver namorando. Quem gostou de The girl next door deve gostar deste também, e vice-versa.

Ficha técnica:


Elenco: Carla Gugino - Elektra Luxx
Timothy Olyphant - Del
Joseph Gordon-Levitt - Bert Rodriguez
Adrianne Palicki - Holly Rocket
Malin Åkerman - Trixie
Emmanuelle Chriqui - Bambi
Marley Shelton - Cora
Josh Brolin - Nick Chapel
Direção: Sebastian Gutierrez
Produção: Sebastian Gutierrez
Roteiro: Sebastian Gutierrez
Trilha sonora: Matt Vowles
2011 - EUA - 104 minutos - Comédia

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