terça-feira, 7 de junho de 2011

Juno

Um raro caso de filme super-badalado que corresponde a expectativa. Não deve ser um comentário longo.

Sobre o roteiro: Este é mais um dos filmes onde o roteiro é secundário, o foco é mostrar as relações de uma forma mais reailsta. A premissa é de um dos dramas cada vez mais comuns na sociedade: Os efeitos de uma inesperada e nada planejada gravidez na adolescência. E o filme explora o que passa a ser, como a gíria norte-americana diria, "a situation". Juno, a jovem de 16 anos que protagoniza e nomeia o filme, engravida na sua primeira e única relação sexual com um "amigo". O filme apresenta várias facetas dessa situação, desde a ingenuidade dos jovens em achar que nada vai acontecer (é só a 1ª vez...), a negação da situação (aliás, uma rápida passagem pelos estágios do modelo de Kübler-Ross - Negação; Raiva; Negociação; Depressão; Aceitação - típicas de se enfrentarem frente a tragédias pessoais), o drama de contar para os pais, o que será do bebê, como a gravidez afeta sua vida social, as reações das pessoas com as quais convive, etc. E então, toma uma madura decisão de entregar o bebê para adoção, reconhecendo sua incapacidade e desinteresse em criar um filho nesse momento de sua vida, advindo de tal circunstância. E então passa a fazer parte da vida do casal que pretende adotar seu neném. Só que mesmo pais adotivos também não sabem muito bem o que fazer, mesmo diante de uma situação planejada e desejada a muito tempo. Nesse momento, suas vidas também são severamente sacudidas e abaladas. Daí pra frente é um festival de situações para se analisar, diálogos muito bem construídos, e muita coisa pra se refletir. O resto vou guardar pra quem ainda não viu.

O que esse filme tem de especial? Esse filme que traz uma nova perspectiva para algo que normalmente é abordado como uma catástrofe na vida de meninas que passam por situação semelhante.Creio que seja este seu maior trunfo. Fora que também é um filme que notoriamente foge do padrão dos dramas de Hollywood, embora de certa forma seja um também, embora se trate de um filme independente.
Do aspecto técnico, há uma direção competente, trilha sonora muito bem selecionada (embora não composta para o filme, que definitivamente não é o tipo de filme para esta demanda), e principalmente um supercompetente elenco. Ellen Page transmite toda a aflição da personagem, J.K. Simmons faz muito bem o papel de pai de Juno, e a inconstante Jennifer Garner está em um dos seus melhores momentos como mãe adotiva. E, reforçando, um roteiro recheado de ótimos diálogos.
Essencialmente, diria que é um filme de sensações, para analisar e perceber.

Quando e com quem assistir a esse filme? Sem absolutamente nenhuma contra-indicação de público, mas é um filme que merece alguma atenção para ser interpretado de uma forma mais crítica. Um filme leve, mas que leva a pensar um pouco. Não é imperdível, mas vale bem a pena.


Ficha técnica:


Elenco: Ellen Page - Juno MacGuff
Michael Cera - Paulie Bleeker
Jennifer Garner - Vanessa Loring
Jason Bateman - Mark Loring
Olivia Thilrby - Leah
J.K. Simmons - Mac MacGuff
Allison Janney - Brenda MacGuff
Direção: Jason Reitman
Produção: John Malkovich, Lianne Halfon, Mason Novick & Russell Smith
Roteiro: Diablo Cody
Trilha sonora: Matteo Messina
2007 - EUA - 96 minutos - Drama

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