Sobre o roteiro: A começar pelo título, não creio que seja adequado. Eu, por exemplo, antes de ver ou ouvir falar sobre o filme, imaginava que era um filme de ação, de lutas, artes marciais, ou coisa parecida. Como estas características não me atraem nem um pouco, passei longe dele até ver uma matéria sobre mensagens subliminares que despertou minha curiosidade, e resolvi assistir. Assim sendo, creio que a única coisa que eu mudaria no filme é o título mesmo. O resto já é perfeito.
É mais um convite a revisitar nossos valores. O que é prioridade em nossas vidas? O que nos define? Outro ponto ímpar neste filme é a própria concepção dos personagens. Tyler Durden é um dos dos personagens mais queridos e lembrados do cinema. O personagem de Edward Norton (cujo nome não posso dizer) também é bem complexo e ricamente elaborado, assim como Marla Singer. Três personagens que por si só já serão lembrados por muitos e muitos anos. Típico de personagens vindo de livros (à propósito, o filme é baseado no romance homônimo de Chuck Palahniuk), pois quando se escreve um livro, normalmente não se está preso a uma forma, fórmula e formato predefinidos como o padrão do cinema, e dá para elaborar detalhadamente cada personagem de acordo com a capacidade de imaginação do autor. Mas ainda assim, são dignos de nota.
Quanto ao clube da luta em sí, uma perfeita metáfora para o que fazemos diariamente, com nossos colegas, chefes, amigos, namoradas, família, etc. Mas pelo menos pra mim, longe de ser a idéia principal do filme. A auto-destruição do personagem de Edward Norton (vamos aqui chamá-lo de Jack), e como este instinto é externalizado no projeto Mayhem com a intenção de passar para a sociedade as suas sensações, o seu consumismo consumindo-o, suas inquietações e a necessidade de ver os males dos outros para se controlar, entre vários e vários e vários elementos que o filme aborda. Realmente, palavras não são suficientes para comentar este filme. É simplesmente demais! É nota 15!
O que esse filme tem de especial? Ele existe! Tudo no filme é especial, inovador e tudo mais de positivo que se pode dizer de um filme. As atuações estão entre as melhores tanto de Norton, quanto de Pitt, e quanto de Helena Bonhan Carter (que provavelmente vai ficar estigmatizada - no bom sentido - pra sempre como Marla Singer). As metalinguagens estão presentes o tempo todo (como por exemplo as mensagens subliminares, que Tyler Durden inseria nos filmes quando trabalhava num cinema, e que estão presentes constantemente neste filme), e o que acontece próximo do fim do filme é estarrecedor. Filosofia pura. E também um filme de antológicos diálogos e frases, como as regras do clube da luta, os bordões dos membros, entre outras tantas coisas. Não é um filme bom para resenhas, é bom para um bate-papo depois de assistir o filme para trocar idéias e impressões. Mas eu insisto: É IMPERDÍVEL!
Quando e com quem assistir esse filme? Muitas cenas fortes (de violência e até sexo), mas o forte mesmo é o lado psicológico que o filme demanda do espectador. É mais um filme voltado para mentes fortes, definitivamente não é pra qualquer um. Um filme muito inteligente que merece ser assistido várias e várias vezes. É filme pra ter, pra poder ver e rever quando quiser.
Ficha técnica:
Elenco: Edward Norton - Protagonista e narrador sem nome
Brad Pitt - Tyler Durden
Helena Bonhan Carter - Marla Singer
Meat Loaf - Bob Paulsen
Direção: David Fincher
Produção: Art Linson, Cean Chaffin & Ross Grayson Bell
Roteiro: Chuck Palahniuk (autor do livro)
Trilha sonora: Dust Brothers
1999 - EUA - 139 minutos - Drama
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