terça-feira, 10 de maio de 2011

Shutter Island (Ilha do medo)

Mais uma vez, esqueçam o título em português. Não se trata, definitivamente, de um filme de terror B como esse título sugere. Se trata aqui de um dos melhores filmes dos últimos tempos.

Sobre o roteiro: Um excelente filme para quem, como eu, acha que esta é a parte mais importante de um filme. Pessoalmente, me prendo mais a histórias do que a elementos. Mas aqui, ambos são riquíssimos. Ao roteiro, então.
Dois detetives federais vão a uma ilha que abriga um hospital psiquiátrico para criminosos investigar a fuga de uma paciente/prisioneira. Mas um dos detetives quer aproveitar a deixa e resolver alguns problemas pessoais. Neste cenário, misturando elementos noir, revelações, perseguições, diálogos, entre outras coisas. Mas o elemento mais marcante do filme é sem dúvidas: Paranóia. É um daqueles filmes em que pensamos várias coisas, e a cada 5 minutos o diretor desmente o que acreditávamos. Por fim, o melhor mesmo é deixar a história seguir, e se deixar surpreender, já que isto é inevitável neste filme que nos deixa em dúvida até terminar. Quem é o vilão? Quem é a vítima? Quem é o mocinho? Quem é quem? O que é esta ilha? O que se faz nessa ilha? Ele é louco? Ele é vítima de uma conspiração? Várias e várias perguntas vem a cabeça neste filme que é uma ferroada na mente.

O que este filme tem de especial? Eu tinha feito um dos melhores textos deste blog até hoje, mas ele foi perdido quando alguém por aqui fechou o navegador e fiquei com preguiça de escrever tudo de novo, até porque muita coisa eu nem lembro mais. Enfim...
Scorsese nos deixa apreensivos o tempo todo por saber o que está acontecendo. E usa muitos recursos para enriquecer essa idéia de mistério, como a neblina densa que circunda a ilha, as explicações vazias dos investigados, entre outras coisas que fazem da dúvida o principal recurso para prender a atenção. A edição do filme proporciona um clima propício para esta ambiência desejada pelo diretor. O cenário, o visual, e as interpretações são igualmente importantes. Impressionante ver Max Von Sydow (O sétimo selo, O exorcista) em cena até hoje, e estrelando vários filmes (lembro-me que quando este filme estava no cinema, simultaneamente 3 filmes com ele estavam em cartaz só no cinema que eu fui - além deste, esteve em Robin Hood e Solomon Kane - Não me lembro de já ter visto isso com qualquer outro ator). Leonardo DiCaprio é um ator que serve. Sua interpretação não é tão boa quanto Brad Pitt em 12 Monkeys, ou Jack Nicholson em One flew over the cuckoo's nest, mas ainda é uma atuação boa. Só creio que o filme merecia um pouco mais.

Quando e com quem assistir esse filme? Apesar de não ser um filme de terror, é uma drama psicológico pesado. Prestar atenção é fundamental para a compreensão do filme. E ouso dizer que é mais um pra lista de ver de novo. Só vi uma vez, mas ainda pretendo assistir mais vezes, vale a pena. Não recomendo para crianças e pessoas mais, ahn... "frescas". Não tem cenas fortes de violência, mas o que o filme insinua e deixa implícito é bem pesado. Bem pesado. É um filme ambicioso para mentes fortes.

Ficha técnica:


Elenco: Leonardo DiCaprio - Edward Daniels
Mark Ruffalo - Chuck Aule
Ben Kingsley - Dr. John Crawley
Max Von Sydow - Dr. Jeremiah Naehring
Emily Mortimer - Rachel Solando
Michelle Williams - Dolores Chanal
Direção: Martin Scorsese
Produção: Martin Scorsese, Bradley J. Fischer, Mike Medavoy & Arnold W. Messer
Roteiro: Dennis Lehane (autor do livro)
Trilha sonora: Robbie Robertson
2010 - EUA - 138 minutos - Suspense

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