"Apenas 3 filmes receberam os cinco principais prêmios da Academia - Melhor Atriz, Melhor Ator, Melhor Roteiro (Adaptado ou Original), Melhor Diretor e Melhor Filme - são eles:Aconteceu Naquela Noite, em 1934, Um Estranho no Ninho, em 1975 e O Silêncio dos Inocentes, em 1990." (Wikipedia).
Não assisti "Aconteceu naquela noite", mas concordo irrestritamente que os outros dois mereceram. O filme aborda uma das maiores atrocidades já concebidas e aceitas pela humanidade: Os manicômios.
Sobre o roteiro: A obra é baseada no livro homônimo de Ken Kesey. Randle McMurphy é um prisioneiro subversivo, considerado agressivo e instável, que supostamente finge de doente mental para escapar do trabalho forçado da prisão e poder se internar num hospício. E uma vez internado, aquele lugar sofre os múltiplos efeitos do seu comportamento. O roteiro é sensacional, e repleto de personagens interessantíssimos e bem estruturados, e uma das maiores vilãs da história do cinema, se analisarmos sua frieza. A cada cena, esperamos um desfecho que nunca passa nem perto de acontecer. São surpresas atrás de surpresas, nesse filme que alterna, genialmente, comédia e drama num piscar de olhos.
Não menos importante, devemos destacar os horrores que o filme "denuncia". Tratamentos de choque, desprezo pelos pacientes e pelo que estes pensam ou sentem, tratamentos à força e brutalidade, entre outras coisas que nos dão vergonha de pertencer a mesma espécie que os que aplicam esses métodos. Sem mencionar o que é feito com nosso carismático protagonista no fim do filme, que nos deixa com uma interrogação na cabeça por alguns instantes, e nos permite duas ou três interpretações possíveis para este enigmático desfecho. O filme também é carregado de simbolismos e metáforas. Não é um dos maiores clássicos da história atoa.
O que esse filme tem de especial? Lembra dos Oscar que falei? Pois é. E quando eu disse no post anterior que Oscar não é sinônimo de qualidade, bom... posso morder a língua depois, mas naquela época eu acho que era sim. O apelo comercial era menor que hoje. O foco era outro. Atuações impecáveis de Jack Nicholson (um dos mais laureados atores de Hollywood), Louise Fletcher, William Redfield, Christopher Lloyd e do injustiçado Will Sampson. Danny DeVito também mandou bem. A direção também é muito boa.
O filme é mais um daqueles pra assistir e ficar um mês com ele na cabeça viajando nas idéias levantadas. Certamente serviu de modelo para vários outros filmes de temática ou ambiência parecidos, como K-pax, 12 Monkeys, e o nacional Bicho de Sete Cabeças. Vale muito a pena assistir. É TOP.
Quando e com quem assistir a esse filme? Eu não tenho nenhum veto a recomendar, mas não diria que é adequado para crianças. Fora isso, qualquer pessoa de mente aberta vai gostar muito. E assistam quando puderem prestar atenção no filme para abstrair as suas muitas nuances.
Ficha técnica:
Elenco: Jack Nicholson - Randall Patrick McMurphy
Louise Fletcher - Mildred Ratched
William Redfield - Harding
Brad Dourif - Billy Bibbit
Christopher Lloyd - Taber
Will Sampson - Chief
Danny Devito - Martini
Direção: Milos Forman
Produção: Saul Zaentz & Michael Douglas
Roteiro: Bo Goldman & Lawrence Hauben
Trilha sonora: Jack Nitzsche
1975 - EUA - 133 minutos - Drama
Nenhum comentário:
Postar um comentário