terça-feira, 19 de abril de 2011

Hearts in Atlantis (Lembranças de um verão)

Costumo ficar indeciso em indicar qual é o filme mais emocionante que já assisti. Normalmente, não me decido entre este e Meet Joe Black. O que ambos tem em comum? Anthony Hopkins. E eu só assisti este filme por causa dele. Que grata surpresa!

Sobre o roteiro: Mais uma vez, o roteiro é baseado num livro do Stephen King. E mais uma vez, temos aqui: Sobrenatural, comportamento humano, tragédia, etc. A fórmula de King é a mesma, mas sempre dá certo. É como uma receita de bolo, que sempre termina em um ótimo bolo, ou como as músicas do Iron Maiden: Riff de introdução, verso, refrão, verso, refrão, solo, refrão, Riff de introdução. E 15 discos seguiram quase que exclusivamente a essa receita, e 15 discos excelentes foram lançados por eles. Então, King pode continuar do jeito que tá, que tá ótimo.
Mas vale citar que esta história foge um pouquinho dos padrões. O suspense, no estilo terror, praticamente não existe. O foco maior é no drama. As relações pessoais são o principal destaque do filme, principalmente a relação entre o menino Bobby Garfield e seu vizinho / inquilino Ted Brautigan. É curioso citar que o contexto do filme envolve a Guerra fria, e o protagonista é interpretado por Anton Yelchin, que nasceu na URSS. E justamente por causa desta guerra é que Brautigan é perseguido. O roteiro é interessantíssimo, com um personagem telepata, uma mãe que faz de tudo que acredita ser necessário para criar seu filho, um idiota valentão adolescente, bullying, agentes secretos, preconceito, filosofia, conspiração, o filme é recheado de elementos que enriquecem a obra.

O que esse filme tem de especial? Nunca chorei por causa de um filme, mas esse foi o filme que chegou mais perto até hoje. A atuação de Anthony Hopkins é impressionante. Enquanto filmava Hannibal, considerado por muitos como o vilão mais atroz da história do cinema, filmou o personagem mais "bondoso" (na falta de uma palavra melhor) que eu já o vi fazer. E ambos foram feitos com a mais completa genialidade. Por essas e outras, sou fãzaço desse velhinho galês. Anton Yelchin também surpreende, mesmo sendo um garoto (tinha cerca de 12 anos na época), faz uma interpretação digna de um Oscar. Vou sempre lembrar de Bobby Garfield quando ouvir falar deste ator. Enfim, um filme pra assistir e ficar com um nó na garganta. Só não entendo porque esse filme é tão pouco falado...

Quando e com quem ver esse filme? Com todo mundo. Vejam e recomendem pra todo mundo, porque é um filme muito bonito.

Ficha técnica:


Elenco: Anton Yelchin - Robert Garfield (novo)
Anthony Hopkins - Ted Brautigan
David Morse - Robert Garfield (adulto)
Mika Booren - Carol Gerber / Molly
Hope Davis - Liz Garfield
Direção: Scott Hicks
Produção: Kerry Heysen
Roteiro: Stephen King (autor do livro)
Trilha sonora: Mychael Danna
2001 - EUA / Austrália - 101 minutos - Drama

Um comentário:

Victor Coelho disse...

Merece um 10.5. É mais que excelente.