Como eu já disse anteriormente, um roteiro ruim não precisa necessariamente virar um filme ruim. Mas é isso que se espera. Quando a Disney propôs a Johnny Depp o papel de Jack Sparrow, ele disse "esse roteiro é tão ruim, mas tão ruim, que eu vou aceitar o papel". Nunca vi a fonte, mas deu tão certo que sairam mais duas sequências e a próxima está em produção. Nicholas Cage mesmo já conseguiu fazer um fraco roteiro de "National Treasure" se tornar até um bom filme. Bobo, mas bom. Mas alterna entre excelentes filmes (8mm, God of War, Kick-Ass, Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans, entre vários outros - maioria) com filmes lamentáveis (Ghost Rider, Gone in sixty seconds). Não estamos aqui falando de um dos seus melhores momentos...
Sobre o roteiro: Vou fingir que estraguei a surpresa de todo mundo contando o filme: Um poderoso feiticeiro treina um jovem que é o "escolhido" e não sabe disso, para ajudá-lo a derrotar um vilão que é mau só por ser mau, sem uma justificativa decente, e que quer liberar uma feiticeira ainda mais nefasta (tinha que ser Morgana LeFay...) que quer destruir o mundo. Claro, também sem motivo. Uma pitada de comédia de piadas e situações clichês do que se pode esperar ao ver a sinopse ou o trailer, um romancezinho adolescente que todo mundo sabe como vai se desenrolar e terminar, um dramazinho, o "mal" quase triunfa, mas com um golpe de misericórdia, e de repente, o escolhido aparece e salva tudo. Ficou parecendo Felipe Neto esse texto... mas respondam pra si mesmos: Eu realmente estraguei alguma surpresa, ou é mais ou menos isso que vocês esperavam quando ouviram falar desse filme e viram que era uma produção da Disney?
O que esse filme tem de especial? Há de se reconhecer que com um orçamento de U$150.000.000, há de se ter efeitos especiais de primeira. e ele tem. Os efeitos das bobinas de Tesla são um espetáculo à parte. Principalmente pra mim foi legal, pois não tem muito mais de 2 ou 3 meses que eu aprendi alguma coisa sobre esse equipamento que eu nunca havia ouvido falar, e ver isso em funcionamento é bem legal. Não sou de reparar muito nessas coisas, mas o figurino do personagem de Nicholas Cage é interessante. Fiquei com vontade de ter um chapéu daquele, e um sobretudo também (que sempre achei uma peça legal, mas quando eu uso um, com esse cabelão, invariavelmente sou associado ou a "metaleiro de Matriz", ou a Neo).
Há de se notar que, se é isso que restou para citar como o que o filme tem de especial, é porque tá difícil...
Ah, faltou falar da trilha sonora. Não é nada genial, mas quando se trata de Trevor Rabin, geralmente é boa. E é o caso.
Quando e com quem assistir a esse filme? Essa é fácil! Ideal pra ver com as crianças. Filme leve, sem sexo, sem violência, sem palavrões... padrão Disney. Sem graça também, desculpe. Mas pra juventude vai ser legal. Tudo bem, é puro entretenimento, e cumpre bem essa função. Não tem ambição de ser mais que isso. Mas ficou com tantas críticas porque... simplesmente um filme que vai servir só como entretenimento pode ser muito melhor que isso sem deixar de cumprir sua função principal. Vejam, por exemplo, a franquia Pirates of the Caribbean, ou ainda, Shrek. À princípio, entretenimento puro. Mas muito bem feito, ótimo texto, e tudo mais. E aqui, paramos no entretenimento. Com isso em mente, verifique se é o que você procura.
Ficha técnica:
Elenco: Nicholas Cage - Balthazar Blake
Jay Baruchel - David Stutler
Alfred Molina - Maxin Horvath
Monica Belucci - Veronica Gorloisen
Teresa Palmer - Rebecca Barnes
Direção: Jon Turteltaub
Produção: Jerry Bruckheimer
Roteiro: Doug Miro, Carlo Bernard & Matt Lopez
Trilha sonora: Trevor Rabin
2010 - EUA - 111 minutos - Aventura / Fantasia
Um comentário:
Vale aí uns 4, porque ainda serve de entretenimento vazio.
Postar um comentário