terça-feira, 24 de maio de 2011

Little Miss Sunshine (Pequena Miss Sunshine)

Quando vi esse filme pela 1ª vez, assisti fazendo outras coisas, desconcentrado, e acabei achando meio bobo, não vi motivo para o filme ser tão badalado. Então, conversando com o Mundin, da minha banda, resolvi assistir ao filme de novo. E aí sim pude perceber muitos outros elementos que eu deixei passar da outra vez. O filme realmente merece a badalação.

Sobre o roteiro: Mais uma vez, essa não é a principal atração do filme. E justamente por ter ficado muito preso ao roteiro é que eu não consegui perceber outras coisas no filme. É a história de uma menina que quer participar de um concurso, o "Pequena Miss Sunshine", só que pra chegar lá, a família "se mete em altas confusões", como diria o narrador da Sessão da Tarde. Então, vou pular essa parte.

O que esse filme tem de especial? O filme é ótimo por causa dos elementos que os personagens carregam. Começando pela menininha, Olive, que não tem exatamente o perfil de uma Miss: usa um óculos enorme, é gordinha e desajeitada. Seu irmão Dwayne é um adolescente revoltado que tem vergonha de sua família, e, pra piorar as coisas, está fazendo um voto de silêncio até atingir seu objetivo de entrar para a força aérea. A mãe espera sinceridade de todos da família, mas esconde seu vício em cigarros. O avô é um velho tarado que foi expulso de um asilo por uso de drogas. O mais pitoresco é seu pai, que tenta vender um programa de auto-ajuda para quem quer ser um vencedor, mas é um autêntico perdedor. E o mais interessante é seu tio, que acredita ser um brilhante acadêmico que tentou suicídio após uma série de eventos desencadeados por uma desilusão amorosa por outro homem. Ele é responsável por alguns dos mais interessantes diálogos reflexivos do filme. Aliás, o filme é recheado de elementos que desafiam a legitimidade do modo de vida americano, exposto como disponível para qualquer um, mas na realidade está lá apenas para ser buscado, e nunca atingido. O filme aborda bem também a questão "O que é um vencedor?", tanto levantada pelo chefe da família. Enfim, o filme explora o tempo todo as misérias dos personagens, e como eles lidam com isso. E o faz de forma genial.
Destaque também para algumas cenas em particular, como a cena da lanchonete, a cena do hospital, a cena de quando Dwayne faz um exame de vista dentro do carro, e, é claro, a cena da apresentação de Olive no concurso. Filmão!

Quando e com quem assistir a esse filme? Ninguém pra censurar nada, mas nem todos vão entender as nuances do filme. Eu, por exemplo, precisei assistir de novo pra pegar outras coisas. Então, vejam prestando atenção, e não só como entretenimento.

Ficha técnica


Elenco: Abigail Breslin – Olive
Greg Kinnear – Richard
Toni Collette – Sheryl
Alan Arkin – Avô
Steve Carell – Frank
Paul Dano – Dwayne
Direção: Jonathan Dayton e Valerie Faris
Produção: Albert Berger, David T. Friendly, Peter Saraf, Marc Turtletaub & Ron Yerxa
Roteiro: Michael Arndt
Trilha sonora: Mychael Danna e Devotchka
2006 - EUA - 103 minutos - Comédia dramática

Um comentário:

Tatiana Souza disse...

O que se pode dizer? Um excelente filme e uma ótima resenha. Parabéns.