Puro entretenimento. Nenhuma pretensão além disso. Nada de querer ser genial, de querer inovar, nada. Só mais uma comédia adolescente americana. Com isso em mente, dá pra saber o que podemos esperar e exigir do filme. E, assim, podemos dizer que é um filme muito bom, dentro do que se propõe.
Sobre o roteiro: Algo original e inusitado, mas recheado de coisas que já vimos várias e várias vezes. Um jovem estudante prestes a se formar, com todos aqueles elementos que se espera desse tipo de filme, e que se apaixona por sua vizinha, que o coloca em situações embaraçosas enquanto também se envolve pelo rapaz. Porém, Matthew descobre que Danielle é uma atriz pornô. É aqui que o filme passa a ter um elemento de originalidade, um diferencial para os filmes do gênero. Daí pra frente, nada muito diferente. Comportamento de jovens apaixonados e inconsequentes, amigos tarados e nerds, e o resto dos estereótipos sempre presentes. Mas o filme traz boas piadas e situações engraçadas, vale citar a cena do Kelly e o Matthew no carro, e a "viagem" de Matthew ao ver Danielle vendo seu álbum de fotos. Não é Monty Python, nem Woody Allen, mas como humor pastelão, é bom. Humor é muito relativo, mas este, embora fuja dos meus padrões, me agradou.
O que esse filme tem de especial? O roteiro tem uma premissa ousada. Nós estamos acostumados com a cultura americana, e esta, por sua vez, está acostumada a algo que uma vez eu li como sendo "moralismo de cuecas". Quer dizer basicamente o seguinte: Tudo bem um cara só de cueca e uma mulher de lingèrie se esfregando em situações eróticas. Mas uma mulher não pode aparecer com um seio de fora nem pra amamentar um bebê, que já é apelação. Então, podemos dizer que ao tocar no tema que este filme toca, ele transgride aquela linha entre o aceitável e o chocante, polêmico. Além desse fator, tem um aspecto técnico também que eu acho bem legal, que é aquela coisa daquele desenho "Bobby's World", de mostrar uma cena inusitada, e depois mostrar que aquela cena só aconteceu no devaneio da cabeça do personagem, e não no "mundo real". E o filme usa isso algumas vezes. Longe de ser um recurso original, mas não creio que seja um clichê. E ainda me agrada. E tem uma trilha sonora bem legal também, com direito a Queen e The Who. Além de uma pontinha de Olivia Wilde, a Thirteen de House M.D.
Quando e com quem ver esse filme? Se leram até aqui, já devem estar imaginando com que tipo de pessoa esse filme vai colar ou não. Vale citar também que o filme tem uma ou outra cena de nudez, e, com esse "moralismo de cuecas" em alta, alguns podem ver de uma forma, outros de outra forma. Mas é uma boa comédia pra relaxar. Dificilmente vai arrancar gargalhadas, mas dificilmente vai cansar.
Ficha técnica:
Elenco: Elisha Cuthbert - Danielle
Emile Hirsch - Matthew Kidman
Timothy Olyphant - Kelly
Paul Dano - Klitz
Olivia Wilde - Kellie
Direção: Luke Greenfield
Produção: Charles Gordon, Harry Gittes & Marc Sternberg
Roteiro: Stuart Blumberg, David T. Wagner & Brent Goldberg
Trilha sonora: Paul Haslinger
2004 - EUA - 110 minutos - Comédia
4 comentários:
Super divertido!
Pronto! Era essa a proposta do filme, nem mais, nem menos.
Há um filme,com semelhanças com "the girl next door", com uma moça que faz de atriz porno e que um rapaz que assiste às filmagens (em que ela, nua, está em cima de um ator)se apaixona... lembro-me só desta cena... qual será o filme?!(não é The Girl Next door, Finding bliss ou Pagando bem q mal tem, nem o descubro em "filmes sobre industria de filmes p adultos"... será possível descobrir?! Gostava de ver como termina a historia?
DAPT
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